A última convocação da seleção recuperou o otimismo do torcedor
Estamos há 20 anos sem ganhar uma Copa do Mundo e, durante as quatro que se realizaram, a seleção brasileira decepcionou.
Deu vexame na eliminação para os veteranos da França no Mundial de 2006, saiu por baixo da Copa de 2010, foi humilhada com os 7 a 1 da Alemanha em pleno Mineirão em 2014 e o cai-cai interminável de Neymar irritou profundamente na campanha de 2018 na Rússia.
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As duas medalhas de ouro do futebol nos últimos Jogos Olímpicos indicaram que algumas coisas podem ter mudado. Ou, pelo menos, que a nova geração de jogadores reúne condições técnicas e psicológicas para recuperar o prestígio do futebol brasileiro.
Com seu estilo de se dirigir à imprensa e ao público, cortês e bem-humorado, muito seguro até, Tite me lembrou os treinadores do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça. Tempos em que a convivência dos técnicos e dos jogadores com os profissionais da mídia era muito mais cordial e civilizada.
O futebol mudou muito, assim como a própria vida mudou muito neste inicio de terceiro milênio.
Não estou falando de tecnologia, de a sociedade humana ter se tornado refém do telefone celular e de outras engenhocas digitais ou eletrônicas. Estou tratando de relações humanas mesmo.
Saudade dos tempos em que os pais falavam com os filhos nas mesas e não como se observa hoje em dia em que todo mundo fica cutucando o tal celular.
Tanto que muita gente recolhe os aparelhos na entrada da sala e só devolve na saída para poder conversar um pouco com os filhos e os netos.
No futebol, todo jogador da seleção brasileira já está rico. Muito rico. Daí um comportamento diferente do que se via no passado.
Mas a última convocação da seleção recuperou o otimismo do torcedor. Tite foi feliz nas escolhas e os melhores do momento foram chamados.
Tomara que os jogadores sejam mais humildes e aproveitem esse sopro de oportunidade como realidade.
Tomara que os jogadores estejam motivados para grandes atuações no Catar.
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...