A montanha russa do Athletico é perturbadora
Antes de sofrer cinco gols de cabeça na terrível goleada sofrida em La Paz, o time do Athletico mostrou organização tática, objetivo e chegou até a criar situações para a abertura da contagem.
Portanto, se existiu um responsável pelo maior vexame da história recente do Furacão, este não foi apenas o demitido Fábio Carille.
Ele organizou tudo de acordo com os recursos humanos colocados à sua disposição.
Ou seja, teve de improvisar Erick na ala direita pela falta de melhores opções no elenco; teve de reorganizar o miolo da zaga com os desfalques dos titulares Thiago Heleno e Pedro Henrique; escalou o ataque com os velozes Cannobio e Vitinho pelos lados da área e tentou mais uma vez o ponteiro Marcelo Cirino como centroavante.
Vitinho desperdiçou duas boas chances de gol e o zagueiro
Lucas Halter cabeceou uma bola no travessão da meta boliviana.
Só que Marcelo Cirino jamais funcionou como pivô no ataque ou mesmo tentou alguma incursão como avante. Não é a posição dele e erra quem insiste com essa opção.
O único erro grave de Fábio Carille foi não ter iniciado com o meia Terans, disparado o melhor jogador do atual grupo atleticano.
Vergonheira dos zagueiros à parte, caiu o técnico como já havia caído Alberto Valentim e, na partida com o Ceará, a equipe será comandada pelo auxiliar Wesley Carvalho.
Até agora ninguém conseguiu entender as contratações e imediatas dispensas dos renomados profissionais Ricardo Gomes e Carlinhos Neves. Tampouco o afastamento do competente supervisor-técnico Paulo Autuori.
Outros de menor fama também foram afastados, inclusive o jovem Bruno Lazaroni.
E os jogadores continuam chegando aos magotes no CT do Caju
sob a direção do discutido Alexandre Mattos.
A montanha russa atleticana é perturbadora.
Mas tem mais: Felipão foi contratado como novo chefão da bola.
Sim, o mesmo Felipão que demorou para acertar a seleção brasileira na conquista do pentacampeonato mundial. Só resolveu o drama da ligação do meio-campo com o ataque com o paranaense Kléberson, do Athletico, no lugar de Juninho Paulista.
Os desconcertantes 7 a 1 para a Alemanha, na Copa do Mundo
de 2014, encerraram a carreira de Felipão na seleção.
Mas aí está o veterano treinador pronto para embarcar na monta russa atleticana. Apertem os cintos!
Antônio Carlos Carneiro Neto nasceu em Wenceslau Braz, cresceu em Guarapuava e virou repórter de rádio e jornal em Ponta Grossa, em 1964. Chegou a Curitiba no ano seguinte e, mais tarde, formou-se em Direito. Narrador e comentaris...