Um imponente Furacão, enfim, joga e ganha: 1×0
Por não ser uma regra, era esperado de que um dia o Athletico voltaria a ganhar no jogo jogado. E voltou: do líder Botafogo, na Arena da Baixada, ganhou por 1 a 0.
O que não se esperava é que voltasse a ganhar jogando o futebol imponente que jogou. E foi a partir de uma surpreendente ordem ditada por Paulo Turra e/ou Felipão.
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O que se viu desde o início foi o Furacão jogando como um time: nada era aleatório, tudo era em conjunto; e nada era improvisado, tudo era pensado. E o corolário foi a consequência: a qualidade dos jogadores do Furacão foi ainda mais ostentada.
Há uma lógica nesse resultado: quando a tarefa dos jogadores é bem ordenada, não precisam exaurir-se para compensar erros de comando. Tudo se torna mais simples, bastando a qualidade de cada um.
O resumo da boa ordenança e da qualidade técnica desse jogo rubro-negro foi o gol do excelente Alex Santana. Uma saída em bloco do meio fez a bola ir a Vitor Roque na esquerda. Com um simples pensar e um simples gesto, o menino abriu a defesa carioca. A bola jogada no meio encontrou Alex Santana que, da intermediária, encheu o pé com um chute no ângulo do goleiro. Um gol lírico, poético, inesquecível.
E, ao contrário das outras vezes, o Athletico não recuou no segundo tempo. E era para golear, se Canobbio tivesse mais talento para concluir as duas bolas que perdeu.
Os nove dias que irá passar recebendo ordens de Marcelo Bielsa, na seleção do Uruguai, farão bem a Canobbio. Terá lições que jamais terá no CT do Caju. É possível que Canobbio deixe de ser apenas um rapaz bonito e volte como craque.
Quando se afirma que o Furacão tem time para disputar esse título brasileiro, e que só falta um bom treinador, há quem ironize. Felipão, inclusive, que tem o péssimo costume de reduzi-lo a um plano secundário.