Um Athletico surpreendente: com Osorio joga futebol
A vida do jornalista esportivo no início de temporada não é fácil. Não podendo se afastar da razão, ele se torna um refém dos fatos. Se faz uma crítica severa ou uma exaltação elogiosa, estaria ignorando o fato de que o início de um trabalho no futebol sempre exige uma análise reservada. Ocorre que o futebol tocado à paixão não se conforma com meio termo, só com extremos. Mas racional, a análise pode ser adequada com essas circunstâncias.
Vejam só o caso do Athletico. Descontando-se as limitações de um caçula como é o Andraus, o que sobrou do seu jogo?
Entendo que o resultado final de 2 a 0 foi relevante ao se tratar de um jogo de campeonato. Mas os números como resultado fortalecem apenas a consequência da lógica em que sempre prevalece o time de mais qualidade.
O mais importante foi a sua conduta no primeiro tempo. Para um clube que nos últimos anos só especulou o jogo por comandos conservadores e confusos, a ordem desse Athletico foi surpreendente. Em apenas dez dias de trabalho, o doutor Juan Carlos Osorio já deu ordem no time: com funções temporárias e variáveis com ou sem a bola, os jogadores cumprem o fundamento que, embora simples, é o mais importante: a variação de posições para ocupar o espaço. A jogada de Canobbio para o gol de Alex Santana foi o resumo dessa nova ordem.
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O mais importante, o Furacão mostrou: há um técnico no CT do Caju. E ninguém pode atribuir que essa afirmação é antes de um tempo razoável. É que Osorio é um grande treinador desde que começou.
Se esse brilhantismo tático não resultou na goleada esperada foi em razão das limitações individuais notórias. Dos contratados, o zagueiro Gamarra não foi exigido. O atacante Benítez estava um pouco elétrico, muito ansioso, parecendo não acreditar que jogava em um dos maiores clubes do futebol brasileiro.
No final só fiquei com uma dúvida: quando é que Cuello vai partir?