Numa terra radiosa vive um povo alegre. Por causa de Rebeca Andrade
"Numa terra radiosa vive um povo triste. Legaram-lhe essa melancolia os descobridores que o revelaram ao mundo e a povoaram", escreveu Paulo Prado (1869-1943), em sua obra definitiva "Retrato do Brasil – Ensaio sobre a tristeza brasileira".
O imortal pensador iria estranhar que, por alguns minutos, "numa terra radiosa vive um povo alegre". Curioso, iria procurar saber por que.
E, então, ficaria sabendo razão tamanha: Rebeca Andrade.
Rebeca. Nome que já era grandioso pelo seu significado de origem hebraica: mulher com uma beleza que prende os homens. Na sua literalidade, união, ligação.
Agora, tornou-se um nome imponente: ginasta preciosa, de talento incomum, que encanta o mundo, e com o poder de afastar a melancolia no sorriso do povo brasileiro.
Feliz foi o autor da manchete do portal UOL: "Rebeca Andrade é a melhor entre as mortais". Diretamente conduziu, e com razão, a americana Simone Biles ao estágio de imortal.
Lembrei de uma história que contam de Puskás, o magistral meia húngaro, nos anos sessenta, do Real Madrid.
Antes de um treino estavam conversando Puskás, Gento, Santamaria, Canário e Luis Del Sol. O brasileiro Canário perguntou a Puskás quem ele apontava como o melhor jogador do mundo?
O húngaro respondeu: "Di Stefano".
Então, Canário retrucou: "E, Pelé?".
Puskas encerrando a resenha respondeu: "Não coloque 'Deus'
nessa conversa”.
A cor prata da medalha de Rebeca é apenas uma cor.
Rebeca é que é ouro.