Opinião

Santos, Bento, chegadas e partidas no Athletico

Por
Augusto Mafuz
17/02/2022 20:24 - Atualizado: 04/10/2023 16:57
Goleiros Santos e Bento, do Athletico
Goleiros Santos e Bento, do Athletico | Foto: Albari Rosa/Arquivo/Foto Digital/UmDois Esportes

O goleiro Santos teria entrado na fase de despedidas do Athletico, que será finalizada na Recopa contra o Palmeiras?

O Athletico vem enfrentando o fato público com o silêncio. Uma coisa é certa: o Flamengo quer Santos. Depois da exibição de vídeos de vários goleiros, o técnico português Paulo Sousa escolheu o campeão olímpico. E, como a política do Athletico é a de que ninguém inegociável, no que está certo, é possível que Santos esteja em fase de despedida.  

A questão, então, é outra.

Santos é insubstituível? Para responder, conto fatos históricos.

Ricardo Pinto não era qualquer um. Os grandes times de 1995 (segundona) e de 1996 (Brasileirão) tinham estrelas como Paulo Rink, Oséas e Alberto Valentim, mas ninguém iluminava tanto os olhos da torcida rubro-negra como o goleiro Ricardo Pinto.

A sua idolatria tornou-se absoluta quando convocou a torcida do Athletico para protestar contra a CBF, que havia rebaixado o clube pelo caso “Ivens Mendes”. Certa noite, na Praça do Athletico, Ricardo Pinto discursou sobre o amor que tinha pelo clube e projetou a solidariedade de 15 mil atleticanos.

Em dezembro de 1997, em um final de tarde, Mario Celso Petraglia foi ao CT do Caju comunicar ao grande ídolo a decisão da diretoria: o seu contrato não seria renovado, porque “chegou a vez de Flávio”.

Flávio, identificado como o “Pantera” pela locução de Carneiro Neto, se transformou, depois de Caju, no goleiro mais vencedor de títulos na história do clube. No título mais importante, inclusive, o de campeão do Brasil, em 2001. O seu jogo contra o Bahia (6x3) foi um dos mais impressionantes que um goleiro fez na Baixada.

Como goleiro do Athletico, o excepcional Weverton nunca me comoveu. Mas, quando saiu, a sensação que ficou na torcida é a de que o gol atleticano ficara desprotegido. Em 2016, quando se negou a renovar com o Furacão, Petraglia não se sensibilizou. “Chegou a vez de Santos”, afirmou.

Depois de Caju, que é uma lenda, Santos ganhou a cotação de melhor de todos os tempos do Athletico. Por suas mãos que vivem molhadas na água benta, por sua sensibilidade fria e seu sorriso de um segundo, o Furacão foi bicampeão da Sul-Americana e campeão da Copa do Brasil.

Parece que estou vendo Petraglia acertar com o Flamengo e exclamar: “Chegou a vez de Bento!”

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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