Renato Portaluppi e a redução da grandeza gaúcha
Pobre de bola, o futebol brasileiro já está há tempos. Agora está ficando pobre de espírito. Vejam só a proposta de Renato Portaluppi, na entrevista ao “Boleiragem”, do SporTV. Choroso, e com razão, pela tragédia no seu Rio Grande do Sul, o treinador propõe que se declare não escrita a cláusula do regulamento do Brasileirão que rebaixa os quatro últimos
clubes. Seria, segundo a sua locução, a única forma de dar o equilibrio técnico ao campeonato, evitando com que Grêmio, Internacional e Juventude sejam rebaixados.
Talvez, Renato tenha querido, mas se sentiu constrangido em propor a extensão dessa solidariedade técnica aos torneios da Conmebol, classificando diretamente Grêmio, Inter e Juventude para a Libertadores ou Sul-Americana.
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É aí que surge o que entendo como uma auto redução de espírito, para a qual atua a consciência que reduz o orgulho próprio do futebol gaúcho. Um surpreendente estado da alma, tratando-se do histórico de conquistas, inclusive mundiais, de Grêmio e Internacional.
Solidariedade é um ato espontâneo praticado pelas reações do coração diante de um fato. Devemos continuar solidários aos gaúchos. O que não podemos, e eles não pedem e não querem, é reduzir esse seu espírito e esse orgulho de grandeza.