Quem vai decidir o título estadual com o Athletico?

Nós não percebemos, mas no fundo vivemos na esteira do imprevisível. Sem ele, a vida seria um tédio. Bem por isso, o futebol sem a expectativa da surpresa quando os futuros dos fatos mais relevantes podem ser antecipados, perde a graça.
É o caso desse nosso Estadual. As diferenças entre Athletico e os outros, são tão extraordinárias, que é possível afirmar o seguinte: todos irão jogar apenas para saber quem irá decidir o título com o Furacão.
Não seria soberba do cronista tratar o Rubro-Negro acima do bem ou do mal nesse Paranaense. Ao contrário, há até uma certa humildade nessa tese, porque as diferenças são tão descomunais, que a ideia formada pelo razoável autorizaria dizer de que o campeão já tem nome, cor e pode até mandar fazer as faixas.
Se uma vez ou outra, o Furacão atrapalhou-se, foi em razão das verdadeiras alquimias do doutor Osorio, seu treinador. Passou a fase de classificação querendo transformar pedra em ouro, Cuello e Pablo em Lucho González, para ocupar a “Zona 14”, que nada mais é do que o meia ponta de lança que vem de trás e transforma-se em atacante.
+ Veja todas as colunas de Augusto Mafuz
É de se presumir que Osorio tenha a consciência que o recreio acabou. Agora, forçado pelo bom senso de definir uma estrutura individual e alinhar uma orientação tática, o técnico vai parar com o faz-de-conta. E então, sério, o Athletico deve jogar um futebol que não corra o mínimo risco de perder desse Estadual. Afinal é o campeonato do centenário de 29 anos.
Como diria o clichê do filósofo da Baixada, agora, em latim “tempus est dominus rationis” que é o tal do “o tempo é o senhor da razão”.