Petraglia errou como Marcos Malucelli. Por isso, deveria devolvê-lo ao Athletico
O presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, deve estar embalando os seus dias pela linha poética do imortal Raul Seixas: “o passado me esqueci. No presente me perdi. Se chamarem... diga que sai!”
Com o seu fracasso na formação do time, Petraglia mostrou o quanto é frágil para assumir e enfrentar os seus erros.
Por conta da sua incapacidade de tratar o futebol como jogo, formou um time com Aguilar, Jorginho, Abner, Ravanelli, Carlos Eduardo, Marquinhos Gabriel, Richard, Fabinho, Bissoli, Geuvânio, Walter, Jadson, Kayzer e Jaime Alvarado ao custo de R$ 50 milhões (direitos de vinculo e contrato), que está a três pontos da zona de rebaixamento.
A exceção de Flamengo e Atlético-MG, nenhum clube gastou tanto como o Furacão para 2020. Aliás, nunca na sua história gastou tanto para formar um time. Mais grave: na futura e necessária reformulação para 2021, nenhum desses jogadores poderá ser aproveitado.
O que faria Petraglia se assumisse no lugar de um dirigente que tivesse gasto R$ 50 milhões para a formação desse Furacão que está aí?
Se não esquecesse do passado que não lhe interessa, Petraglia lembraria que quando voltou a exercer o poder no Athletico, comandou como acusador, processante e juiz, um processo ético ilegal e desumano contra Marcos Malucelli, que resultou na expulsão desse histórico atleticano do clube.
O “pecado” de Malucelli fora contratar o uruguaio Morro Garcia por R$ 7 milhões, dinheiro que foi restituído integralmente pelo Nacional do Uruguai.
Não pensem os atleticanos que estou sugerindo que o Conselho Deliberativo adote providências para apurar a responsabilidades tendo como referência o caso Malucelli. E nem poderia, pois não sou injusto e não sou ingênuo. Não é justo punir um dirigente que errou sem ter o propósito do erro para ter benefícios.
Apesar de pródiga e irresponsável, esse conduta de Petraglia deve ser colocada na conta do elevado risco de erro que há na reformulação de um time, embora, no caso, tenha se errado por inteiro; e não sou ingênuo para acreditar que Petraglia seria processado, acusado e expulso em um ambiente de polícia de exceção que ele próprio criou e mantém. O presidente do Conselho Deliberativo, Aguinaldo Coelho de Faria, é apenas um prestador de favores estatutários.
Mas, bem que Petraglia, que está em uma fase da vida que precisa acertar contas com a sua consciência e pagar “algumas duplicatas”, tomando como exemplo esses seus erros, poderia autorizar ao Athletico a pedir perdão a Marcos Malucelli, devolvendo todos os seus direitos de atleticano.