Petraglia, Collor e Santo Antônio
Sempre que encerra uma entrevista que trata do projeto do Athletico, o presidente Mário Celso Petraglia fala: “Como disse Collor, o tempo é o senhor da razão”.
É um pensamento forte, sem dúvida. Teria mais efeito se Petraglia soubesse o nome do verdadeiro pensador: Santo Antônio de Pádua.
“O tempo é o senhor da razão”, foi a resposta que Antônio deu aos seus pais quando ao sair da sua casa na Sé, em Lisboa, recusou a fortuna pela sua fé em Deus. O tempo lhe deu razão: nunca mais voltando a Lisboa, os seus milagres, as suas crenças e a sua filosofia o consagraram como o santo mais popular dos católicos.
A questão não é Petraglia não conhecer o verdadeiro pensador de tão forte verdade, mas o fato de atribui-la a Fernando Collor de Mello. O doutor, talvez, não saiba quando foi que Collor usou esse pensamento. Foi no dia 30 de dezembro de 1992, quando recebeu o impeachment por corrupção, perdendo o mandato de presidente. Apresentando-se à Nação como injustiçado, disse: “O tempo é o senhor da razão”.
Passados 30 anos, o tempo não deu razão a Collor.
O que me preocupa é que Petraglia, de repente, mude o pensamento e diga: “Athletico acima de tudo, Deus acima de todos”.