Paulo Autuori falou, falou, mas não disse nada; um fracasso
A aguardada entrevista de Paulo Autuori, diretor técnico do Athletico, foi um fracasso. Como já o faz há anos, quer impressionar com uma retórica aristotélica, como se a persuasão do torcedor fosse possível com teorias.
Às vezes, tornou-se irritante, ao outra vez diferenciar os verbos ser e estar, como se fosse o saudoso Carlos Alberto Sanches, atleticano dos grandes, a maior autoridade que Curitiba teve, em gramática, literatura e tempo verbal.
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Ao afirmar que a situação temerária do Furacão, no Brasileirão, é consequência da mudança sistemática de técnico, disse o óbvio. É que ninguém queria saber a razão pela qual o Athletico está lutando para não cair. Queria saber do essencial, que é o instrumento para evitar que caia.
Conversou, desconversou, citou exemplos estranhos ao caso, falou do passado e do futuro, mas não falou do mais importante, o presente.
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“Não vendo ilusões”, cravou. Mas, também, não rendeu nenhuma esperança. Ao contrário, conversando, desconversando, aumentou o pessimismo da torcida ao perguntar: “Qual é a estrutura de time que o Athletico tem?”
Por simular e dissimular com frases de efeito e gestos teatrais, não assumiu nenhuma responsabilidade pelo roteiro de derrotas que o Athletico executa, por coincidência, desde que ele chegou. Assistiu aos erros de Martín Varini e, agora, assiste os erros da sua criatura Lucho González.
Autuori, que gosta de falar, precisa aprender que no futebol a arte de persuadir e convencer não aceita teorias.