Opinião

A farsa das prefeituras para parar o Paranaense. Ação arbitrária e populista

Por
Augusto Mafuz
28/02/2021 20:51 - Atualizado: 29/09/2023 20:05
A farsa das prefeituras para parar o Paranaense. Ação arbitrária e populista
| Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois

Um dia desses, na sua coluna da Folha de São Paulo, Ruy Castro, um verdadeiro imortal, escreveu que muitos pensamentos históricos foram tão repetidos, que viraram clichês nessa pandemia. Entre eles, o de Karl Marx: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.

Clichê ou não, o pensamento marxista serve para explicar bem o que ocorre no Campeonato Paranaense. Há um ano, quando foi declarada a tragédia da pandemia, não havia ambiente para o futebol continuar. Daí a sua suspensão justa para se conciliar com os interesses da lei e da ciência.

Agora, a maioria dos municípios do Paraná, inclusive Curitiba, entenderam impedir os jogos do Estadual.

O fato se repete, agora, como uma escancarada farsa. O ato de impedir os jogos do Paranaense é árbitro e populista. Se a lei restringe as atividades esportivas e enquadra-as como não essenciais, é preciso interpretá-la. A lei é o fim em si mesma, ou, ao contrário, trânsito para realizar algum valor?

Entendo que a lei é esquema formal de realização concreta de valores. Para aplicá-la, é necessário recorrer aos fatos.

O futebol é um exemplo para a sociedade brasileira de comportamento diante da pandemia. Nenhum segmento público ou particular, criou e executou protocolos para a preservação da vida. Vencido o período de adaptação aos protocolos, não houve mais casos em massa. Os que ocorreram foram combatidos com o isolamento.

Nenhum extrato da sociedade como o futebol, repete testes quase que diariamente. O futebol não é o responsável por um único caso entre os mais de 250 mil mortos pela pandemia. Foi o único segmento que não aderiu ao negacionismo de Jair Bolsonaro, quando este liberou a presença de público nos estádios.

O pretexto das prefeituras de cumprir a lei é uma farsa. Querem impor a autoridade que faltou para fiscalizar as ordens sanitárias. O prefeito Rafael Greca, inclusive, responsável por criar o mecanismo de “fura-fila” quando, em prejuízo dos idosos, mandou vacinar os inscritos em conselhos, independentemente de idade.

Se o poder público tivesse adotado as normas sanitárias do futebol, o número de enlutados seria bem menor. 

Veja também:
Operário tropeça em casa contra time da zona de rebaixamento
Operário tropeça em casa contra time da zona de rebaixamento
Athletico vence equipe francesa em estreia de torneio internacional sub-19
Athletico vence equipe francesa em estreia de torneio internacional sub-19
Athletico encara líder isolado da Série B e coloca Barbieri à prova
Athletico encara líder isolado da Série B e coloca Barbieri à prova
Paraná Clube lança nova camisa em homenagem a estreia no Brasileirão
Paraná Clube lança nova camisa em homenagem a estreia no Brasileirão

Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

twitter
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Bruno Henrique, ídolo do Flamengo, e quando ocorre “a ignorância pontual do ser humano"
Opinião

Bruno Henrique, ídolo do Flamengo, e quando ocorre “a ignorância pontual do ser humano"

O Athletico é um time ruim e Maurício Barbieri o tornou medíocre
Augusto Mafuz

O Athletico é um time ruim e Maurício Barbieri o tornou medíocre

O Athletico e a estranha matéria do site do TRT-9 sobre a "falsificação" de contrato
Augusto Mafuz

O Athletico e a estranha matéria do site do TRT-9 sobre a "falsificação" de contrato

A farsa das prefeituras para parar o Paranaense. ...