O Paraná Clube e o imóvel da Kennedy. Quem dá menos?
O excelente Julio Filho, jornalista do UmDois Esportes, afastando-se do cotidiano do futebol, noticiou para o público um fato que está ocorrendo no bastidor: o Clube Curitibano propôs ao Paraná o valor de R$30 milhões para pagamento a longo prazo pelo imóvel da Avenida Kennedy.
O Paraná, ainda, teria que indenizar a locadora de eventos Espaço Torres, e pagar a comissão de intermediação. Sobraria para ele um troco de 30 moedas, que nem Judas aceitaria.
O presidente do Curitibano, Roberto Oliveira, não negou. Apenas disse após confirmação do interesse que em “um momento oportuno será feita uma proposta formal”. Só há formalidade nesse tipo de negócio, depois de acerto verbal prévio.
+ Confira as colunas de Augusto Mafuz no UmDois
O repórter Julio Filho ouviu do advogado Mauricio Obladen, Administrador Judicial da RJ, que “desconhecer o assunto”. Mas não teria sido o representante do juízo fazendário quem apresentou o intermediador de sobrenome Assis ao Paraná?
Antes da Recuperação Judicial, o presidente Rubão assinou uma autorização para a empresa que organizou o plano de Recuperação Judicial, para que oferecesse os direitos sobre o imóvel aos clubes associativos, entre eles o Clube Curitibano.
Tratando o Paraná como uma instituição já insolvente, ou como SAF já quebrada, todos os envolvidos nessa especulação enganam o Paraná Clube, o Clube Curitibano, e indiretamente colocam os credores em perigo de dano.
+ Confira as notícias do Paraná Clube no UmDois
É que a autorização para a intermediação não tem mais efeito jurídico pelos fatos supervenientes que ocorreram a ela: o Paraná entrou em recuperação judicial, o imóvel da Kennedy foi arrecadado para garantir credores, a transação tributária com a União exige o imóvel como garantia, e o Munícipio de Curitiba não desonerou a matrícula das cláusulas que o alienam o título de domínio.
Dito resumo: há corretores sem ter uma autorização jurídica válida. Por último, surpreende que o Paraná não tenha formalmente tornado sem efeito a autorização para negócio.