Para evitar desgaste de Autuori, Athletico deveria contratar novo técnico já
Não me parece certa a exposição excessiva de Paulo Autuori. Por mais culto e inteligente que seja, quando tem que explicar um fracasso do time, o seu discurso não é diferente de um treinador comum. Só vendo virtudes na ordem de jogo, obriga a presumir que os erros foram individuais, no que não está errado.
No futebol, em que a razão de quem comanda um time na derrota quase sempre é desvalorizada, a exposição pessoal desgasta. A consequência do desgaste é a impaciência e a perda da confiança.
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Por uma questão de lealdade ao seu presidente Mario Celso Petraglia, Paulo Autuori não fala o que já viu e que já concluiu: o estrago que se fez no futebol do clube desde janeiro de 2020.
Experiente, culto e inteligente, nas entrevistas usa o artificio de nunca responder o que lhe perguntam, mas, responder àquilo que gostaria que perguntassem.
O professor deve ter assistido ao documentário “Sob a névoa da guerra”, no qual Robert McNamara revela os seus pensamentos enquanto Secretário de Defesa dos Estados Unidos (Kennedy e Johnson). Quer dizer: pergunta-se uma coisa e Autuori responde outra e, assim, cria no mínimo uma dúvida.
Temo que Autori seja apanhado pelo desgaste que provocam as mesmas respostas para fracassos diferentes. E, se há alguém no Athletico que precisa ser preservado é ele, por ser o único capaz, a curto prazo, a tentar consertar o time para 2021, que não será muito diferente desse que está aí.
E digo mais: para evitar esse desgaste de Autuori, o Furacão já deveria contratar o treinador e fazê-lo trabalhar, pois as responsabilidades que ficaram para esse campeonato de 2020 são mínimas.
Não há o que se perder, só a ganhar, que é o tempo. Contra o Flamengo, na Baixada, é um bom jogo para recomeçar.