Por ordem de Petraglia, Athletico faz 50 órfãos no CT do Caju
A matéria do repórter Vinicius Cordeiro, no UmDois Esportes, sobre o ato do Athletico em acabar com as categorias sub-9, sub-10 e sub-11, analisada sem investigar a causa, é chocante.
A imagem que dela se extrai é de crianças soluçando de chorar, como se tivessem a ilusão roubada e o sentimento pelo Athletico amputado, sabendo que não há prótese para restaurá-lo.
O Athletico não deu a sua versão. E qualquer que seja o seu conteúdo, não irá justificar o ato em sua forma.
Foi um ato surpreendente, por ter sido inesperado; foi um ato frio, por limitar-se ao simples comunicado de um dos tantos capachos que tem no CT do Caju; e, foi um ato desumano, por ser brutal como é todo o ato que se aproveita da inocência da criança quando trata do seu clube que por ele ganhou amor.
Petraglia dá um cheque em branco para Márcio Lara pagar R$23 milhões por Di Yorio, mas fica desconfortável em gastar trocados com crianças.
Uma das mensagens mais emocionantes do cinema, extrai-se de uma das cenas finais do filme "Dança com Lobos". O soldado John Dunbar (Kevin Costner) ao despedir-se dos índios Sioux que ganharam amor por ele, ouve do cacique "Pássaro Esperneante" (Graham Greene), que "estive pensando que de todos os caminhos dessa vida há um mais importante: é o caminho para se tornar um verdadeiro ser humano".
Petraglia perdeu o encanto. Por mais forte que seja a razão do Athletico, nenhuma neutraliza a violência do ato em razão da forma usada para praticá-lo: surpreendente, frio e desumano.
As razões do Athletico eu conheço e até concordo. No "Carneiro e Mafuz" irei contá-las. Mas a forma que a razão foi implementada supera o conteúdo.