Uma ofensa à memória de Dirceu Krüger? Os coxas é quem vão responder
A torcida organizada do Coritiba marcou um protesto contra os dirigentes e os profissionais. De início, o lugar marcado é o mais nobre do Couto Pereira, sagrado pela estátua de Dirceu Krüger. Lá de cima, Krüger ficaria desconfortável.
Do bem, de alma intensa e coração imenso - e ofereceu a própria vida ao Coritiba -, Krüger, lá em cima, irá ficar ofendido. É que a representação material da sua imortalidade, que é a obra de Edgar Duvivier, será usada como ponto de encontro para manifestações hostis que sempre acabam em violência. Uma ação ofensiva à memória do maior ídolo da história coxa, sem dúvida.
Como todas as torcidas organizadas, essa entende que a solução no campo pode ser dada por uma conduta sua fora da arquibancada. Ameaças, gritos de ordem e gestos hostis não representam o ideal do torcedor. Ao contrário, em regra, criam um ambiente de temor dentro do estádio com influência negativa dentro do campo.
Não houve um jogo que o Coritiba perdeu por conduta pouco profissional dos jogadores. Não se pode confundir profissionalismo com condição técnica. Profissionalismo, entrega física e emocional nos jogos não faltam. A atual situação é consequência das limitações naturais que cada ser humano tem no exercício de sua profissão.
O mesmo ocorre com os dirigentes. Esses são vítimas do passado do Coritiba que a própria torcida que protesta assistiu e nada fez, a maioria, inclusive, como conselheiros. Seria uma decisão lúcida a suspensão desse protesto.
Talvez, seja a melhor forma de constranger jogadores e dirigentes. A solidariedade sempre atua em benefício.