O único legado de Hélio Cury: o filho na presidência da FPF
Uma boa notícia: a fase de classificação do Campeonato Paranaense vai terminar no domingo.
Nada causa mais impacto negativo no futebol do que a adoção do previsível, como é o caso, em que de doze times classificam-se oito. Lembra-me um pensamento de Clarice Lispector: “O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar".
Não vai se encontrar na história da Federação Paranaense de Futebol um presidente pior do que foi Hélio Cury. Com ele, o Estadual passou ao estágio de desprezível, resultando em fracasso de técnica, público e renda.
+ Confira a classificação do Campeonato Paranaense
Espoliado com encargos que deveriam ser subsidiados pela FPF, pelo “mensalão” que recebe da CBF para manter a sua fidelidade, o futebol do interior empobreceu. Se alguns times ainda sobrevivem é em razão de investidores que procuram lucros, é verdade, mas que acabam tendo que usar de idealismo, casos do Operário, Cianorte e Londrina.
Provocando dúvidas na conduta de dirigentes e incapaz de ser entendido, Hélio Cury se tornou repulsivo para negociar com grandes redes de televisão, esvaziando a principal fonte de renda dos clubes do interior. Não há nenhum clube do futebol paranaense que encerre o Estadual sem acusar prejuízos. Athletico e Coritiba, então, pagam milhões para jogar e cumprir a obrigação que exige a lei do futebol brasileiro.
O único legado deixado por Hélio Cury beneficia a si próprio. Tornando a FPF uma capitania hereditária, elegeu o seu filho, Hélio Cury Filho. Assim, irá manter o poder que tem com o objetivo principal de não deixar ir para estranhos a administração do “mensalão” de R$100 mil que a CBF paga para as Federações com o objetivo de manter a fidelidade do voto.