Opinião

O Furacão torna-se proibido para velhos corações

Fernandinho, destaque do Athletico

De repente, o Athletico tão terno, afetuoso e meigo, resolve praticar maldades com o coração da sua gente. Será que é de caso pensado, que após tensionar a paixão de arquibancada (e do sofá)  az explodi-la em forma de alegria?

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Como explicar esse Athletico? 

Como um caminheiro que anda sem rumo, passa um bom tempo vagando pelo campo. Perdido no campo e submisso  ao alheio, parece gostar de sofrer e de fazer os seus outros sofrerem.

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Mas depois de 15 minutos de descanso, mostra que a maldade proposital tem um pedaço de amor. É que guardando a consciência de que quando não se tem mais esperanças é que as coisas boas acontecem, surge o Furacão imperial, soberano, supremo. E, daí, faz o seu povo feliz.

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Em Assunção, perdia para o Libertad por 1 a 0. No segundo tempo, ao som de “India”, virou: 2×1.

Na Baixada, perdia para o poderoso Flamengo, 1×0. Calou 30 milhões de brasileiros, 2×1.

Na Baixada, perdia duas vezes para o Coritiba: 1×0 e 2×1. No último segundo, provou aos coxas que desgraça pouca é bobagem, 3×2.

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E, agora, na Baixada, contra o Botafogo, perdendo de 2 a 0 contra um adversário certo e talentoso, fez 3 a 2.   

É tudo muito bonito e orgulho. 

Mas o Athletico precisa saber que muitos corações que ainda pulsam por ele já estão envelhecidos, cansados e de repente podem repousar. Mas como no poema de Fernando Pessoa: “Há um certo prazer até no cansaço que isto me dá”.

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