O Furacão e todos os homens do presidente
Não sou daqueles que entende que o presidente Mario Celso Petraglia esteja praticando excessos na nova constituição do comando do futebol do Athletico. Sei que a torcida quer a contratação de mais jogadores e menos executivos.
De início, é preciso separar jogador de executivo. É a partir de um comando de várias ideias, inclusive divergentes, porque provocam debates que se evita o absolutismo. Até hoje o Furacão está pagando as duplicatas deixadas por Paulo André. Na época enfermo, Petraglia confiou-lhe a formação de um time. E deu no que deu.
O Furacão, que já tinha Paulo Autuori, o mais capacitado executivo do futebol brasileiro, trouxe Ricardo Gomes que, mesmo não sendo de forma ostensiva, irá ter influência da organização do time. E Gomes conhece futebol.
A função para a qual Carlinhos Neves foi contratado (a pedido de Autuori) é uma das mais importantes na organização de um departamento de futebol moderno: a de coordenador do núcleo de saúde e Performance.
A função é tão importante e complexa que são poucos os profissionais no futebol brasileiro capazes de exercê-la. E, entre esses, arrisco afirmar que pode existir igual, mas não há melhor que Carlinhos Neves. A sua capacidade natural ganhou a experiência de histórico vitorioso nos maiores clubes do Brasil e na Seleção Brasileira.
Como nada é perfeito “e até Petraglia erra”, como ele gosta de afirmar, o risco está em Alexandre Mattos. O novo CEO de negócios (Petraglia deixou o cargo) andou praticando exageros de gastos no Galo, Cruzeiro e Palmeiras.
Talvez no Athletico isso não ocorra, porque só há uma senha e o cofre não está na Baixada. Mas não se pode afastar a ideia de que Mattos acabe sendo para Petraglia, o que Haldeman foi para Richard Nixon. Presidente-chefe da equipe que espionou o comitê dos Democratas, no Edifico Watergate, provocou estragos e a renúncia, inclusive.
Mas sempre falta um detalhe. E no caso “um homem”.
Na nova estrutura, falta um treinador de jogo.