O comentarista de resultado é o que vai restar
Não são poucos os assinantes que ao comentarem minhas crônicas chamam-me de comentarista de resultado. Quando escrevem, o fazem no sentido de diminuir o valor do meu texto. Mas lhes digo: se pensam que me rebaixam, enganam-se. Ao contrário, estando absolutamente certos, me enaltecem.
Sou da escola de Nelson Rodrigues, para a qual o resultado é a única e a mais pura consequência do jogo. É o único fato que invade a nossa alma com a alegria da vitória ou o tormento da derrota.
Não existe nada no mundo do futebol que não seja o placar do jogo. O resultado não é a história contada no condicional. É o fato consumado. É ele que vai conversar com a nossa alma. É o exiliar da vida, uma verdadeira alquimia capaz de transformar o fogo (derrota) em frescor (vitória).
Pergunto para os atleticanos: haveria argumento para sustentar a atuação do Athletico, em La Plata, se a bola lançada por Vitinho e desviada pelo ombro de Vitor Roque não fosse para as redes do Estudiantes? E haverá conforto se no jogo da Baixada de quarta-feira o Furacão dominar o Flamengo e acabar sendo eliminado da Copa do Brasil?
É isso.
O resto é tudo hipocrisia