Opinião

O caso de Vinicius Junior: só a sanção técnica enfrenta o racismo

Por
Augusto Mafuz
23/05/2023 00:16 - Atualizado: 05/10/2023 10:08
Destaque do Real Madrid, Vinicius Junior
Destaque do Real Madrid, Vinicius Junior | Foto: EFE

É natural a comoção mundial que está provocando a agressão racista sofrida por Vinicius Junior pela torcida do Valencia. Toda a prática da intolerância, sexismo, racismo e homofobia, seja em qualquer circunstância, é violenta. Mas, em um estádio de futebol lotado como estava o Mestalla, não há como dimensionar essa violência. É que lá estão 40 mil pessoas projetando o sentimento de ódio contra um ser indefeso em razão da cor da sua pele.

A não ser a manifestação dos treinadores Carlos Ancelotti (Real Madrid) e Xavi (Barcelona), nenhuma outra me comoveu. Ancelotti, em especial, negou-se a falar de futebol para concluir: “Há um problema nos estádios da Espanha: o racismo”.

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As manifestações políticas como a do presidente Lula e da vice-presidente espanhola Yolanda Días  são vazias. Bem cedo, por serem políticas e de fundo populista, submetem-se aos interesses diplomáticos entre os países. Mais ainda por essas agressões terem fundo político, pois na Espanha a cor preta de Vinicius e o seu talento são apenas pretextos para a projeção de uma ideologia própria dos extremistas.

Reações jurídicas como a do Real Madrid em denunciar o fato como crime de ódio será mais um processo que a Justiça Espanhola irá empilhar,  tendo como causa o mesmo fato, que é a agressão racista contra Vinicius.

Só há uma forma de enfrentar essa violência: responsabilizar o clube da torcida agressora a partir da perda de pontos. Pode até ser amenizado quando há um caso isolado de um torcedor. Mas quando há uma manifestação em grupo, não há outra forma de combater a não ser através da censura técnica. No caso de Vinicius, se houvesse essa punição, o Valencia perderia os pontos e seria rebaixado à segunda divisão. Nunca mais o Mestalla ou qualquer outro estádio ouviria gritos de ódio em razão da cor da pele.

O problema é que o futebol é igual à política: há interesses que sobrepõe o combate aos crimes de intolerância.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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