O Athletico que ri e que chora por causa de Vitor Roque
Na Baixada, há um Athletico que ri. Na goleada de 3 a 0 sobre o Alianza, pela Libertadores, sob o comando de Wesley Carvalho, voltou a jogar o futebol do belo e da inteligência, da bola invertida e da bola trocada, da jogada de passagem e da jogada enfiada.
Voltou a jogar o futebol que provoca explosões naturais do coração, diferente daquele do desassossego da angústia, própria do jogo covarde que se consola por uma bola.
E então vêm os gols de Vitor Roque. Agora, foram mais dois.
E não é só por causa dos gols, mas pelo conteúdo do menino: o sorriso ingênuo que cativa, próprio de quem vive os últimos dias da adolescência, a entrega do corpo e da alma à causa como se atleticano nascesse, a negativa de perder e a insistência de alcançar a vitória.
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Quem quer encontrar Vitor Roque, leia Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és. No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive.”
Mas vejam só como é a vida. Na Baixada, também, há um Athletico que chora a cada gol desse fenômeno Vitor Roque. A alegria é seguida da saudade do adeus que se aproxima. Pode ser amanhã ou pode ser depois de amanhã, mas será logo.
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Saudade é um sentimento danado de explicar. Eu, por exemplo, agora mesmo, estou com saudades dos meus de sangue e dos meus poucos amigos.
E, no entanto, eles estão perto, isso quando se não estão junto a mim. Bem por isso sempre recorro a Vinicius de Moraes, que sabendo tudo sobre o amor e sobre a saudade, em seu “Soneto da Saudade”, ensina que temos que “viver cada segundo como nunca mais”.