O Athletico procura o acaso para levá-lo a Guayaquil. Sabe onde encontrá-lo?

Bragança Paulista, Brasileirão: Bragantino 4 x Athletico 2
Foram tantos os defeitos individuais, foi tamanha a desordem tática, que um elemento fatal continua dominando as atuações do Athletico: a letargia.
O mais grave de tudo é que esse estado parece ter incorporado ao time. Bem por isso, o que antes era de fácil a absorção pela superação física e entrega ao jogo, já se tem pouca perspectiva de voltar a tê-la dentro do grau necessário para dar um razoável equilíbrio com o Flamengo.

Descarte-se o Atletiba por ser um jogo de exceção. A derrota em Bragança foi dentro de um roteiro escrito pelo próprio Felipão a partir da insistência de uma formação com Erick, Plablo, Canobbio e Cuello. A defesa pensa que está protegida, mas Erick só cerca, nada mais; o meio campo pensa que está reforçado, mas Cuello e Canobbio só correm sem ter nenhuma consciência tática, deixando Pablo perdido.
Foi por isso que o Bragantino surpreendeu a si próprio quando foi desenhou uma goleada no primeiro tempo: aos 4 minutos, em falha de Pedro Henrique e Tiago Heleno, com Erick Ramirez; aos 37 minutos, em falha de Canobbio, com Popó e aos 49 minutos, em falha de Abner, Luan Cândido de falta. Fato relevante: as falhas individuais foram consequência da desordem do time.
Se o primeiro tempo serviu para alguma coisa, foi para provar outra vez que Felipão está errado na formação do time. Não foi por coincidência de que com Vitor Bueno, Hugo Moura, Vitor Roque e Vitinho na etapa final, o Furacão reagiu. Gols de Vitor Bueno aos 18 minutos, e de Vitinho, aos 21 minutos, ambos em jogadas individuais, chutando de longe.
Fato relevante: essa melhora não foi em razão de um acerto tático, mas porque os que entraram são melhores tecnicamente. Tanto é, que o quarto gol do Bragantino foi marcado aos 44 minutos quando o time estava desorganizado pela esquerda.
Se o acaso existe no futebol, então o Athletico tem uma semana para encontrá-lo. Encontrando deve escondê-lo na Baixada e levá-lo para Guayaquil. Da forma como anda jogando, só um golpe de sorte pode realizar o sonho de seu povo que é a conquista da Libertadores contra o Flamengo. Mas a própria sorte só dá a mão, se ajudá-la. E, aí, cabe a Felipão.
Sei lá, não sei. (Paulinho da Viola).