O Athletico precisa voltar a falar sobre Mario Celso Petraglia
Pelo Brasileirão, o Athletico voltou a empatar na Baixada, caindo na tabela. Agora com o Atlético Mineiro de Felipão, 1x1. Discorrer sobre o empate seria repassar erros que de tão velhos já se incorporaram à rotina do time.
Qualquer análise será repetitiva. É que contra o Galo não foi nada diferente do que já ocorrera contra o Flamengo (Copa do Brasil), Bolivar (Libertadores), Fluminense e Goiás (Brasileirão). Quer dizer: ocorreu e a tendência é continuar ocorrendo.
A questão é outra e mais grave.
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Há tempos, o futebol sério e bem dirigido excluiu a figura do treinador com poderes absolutos. Embora as posições do treinador, em tese, continuem sendo decisivas, são ou devem ser conciliadas com outros segmentos do futebol.
Isso ocorria no Athletico até Paulo Autuori ir embora pela última vez. Com a vinda de Felipão, reinstalou-se o absolutismo no futebol do Caju, em que um manda e os outros obedecem.
Não se percebeu que aquele que mandava estava com suas ideias e métodos envelhecidos. Mas, pelo menos, havia Felipão, um símbolo. Quem manda agora é Alexandre Mattos, que ignora os princípios mais elementares de futebol como jogo.
Não é por acaso que o seu título é de “CEO de Negócios”. A própria identidade laboral cria uma figura de desconfiança no ambiente. No entanto, portando um habeas corpus, faz o que bem entende, por não ter os seus atos fiscalizados pela absoluta inércia do comando institucional.
É isso mesmo. Foram culpados Paulo Turra e Felipão, culpam-se Wesley Carvalho e Alexandre Mattos, com o propósito de que a responsabilidade por tudo o que ocorre não alcance o presidente Mario Celso Petraglia.
E mais grave: não por respeito ao que fez, mas em razão da sua enfermidade. É uma espécie forçada de pena.
É um equívoco por três motivos: o Athletico é maior do que qualquer atleticano, mesmo que seja Petraglia; conhecendo-o, afirmo que Petraglia não quer ser tratado com o sentimento de pena; e, porque, sabe que a responsabilidade por tudo o que ocorre é dele, por ainda ser presidente.
Se ainda tinha dúvida, Petraglia não deve ter mais. Sabe que durante todo esse tempo formou apenas interesseiros e submissos, incapazes de terem ideias racionais e atleticanas.
Bem por isso, sem as suas decisões pessoais, o Athletico não irá se classificar para a Libertadores, dizimando o calendário do ano do seu centenário. Não lhe resta outra alternativa a não ser restabelecer a ordem no Caju e no time através de outros profissionais e atleticanos desinteressados.