Opinião

Nikão pode ter que pagar a conta de Pablo no Morumbi?

Por
Augusto Mafuz
31/01/2022 22:18 - Atualizado: 04/10/2023 17:00
Nikão no São Paulo
Nikão no São Paulo | Foto: Paulo Pinto/Saopaulofc.net

Nikão, ainda, não conseguiu terminar um jogo do São Paulo. Essa questão seria absolutamente absorvida por análise racional das circunstâncias em que jogou: imediatamente depois das férias, está jogando em um time em formação e com um treinador fraco.

Bem por isso, Rogério Ceni não precisava, sem ser provocado, sair em defesa do jogador. Quer dizer: o próprio Ceni criou um fato que não existia.

Temo que Nikão venha a ter que pagar a conta que Pablo deixou no Morumbi. E saber que Pablo saiu carregando toda a culpa pelo fracasso do São Paulo.

O notável jornalista Cosme Rimoli, no site R7, ao analisar a perda financeira do São Paulo com Pablo, faz uma ressalva: “O jogador de 1m85 sempre foi um definidor. Atleta mais próximo da área, sem muita movimentação, trocas de passes, dribles. Pelo contrário, excelente cabeceador e homem acostumado a fazer o trabalho de pivô, segurando no corpo zagueiros adversários e servindo meias e volantes que ficam de frente para chutar a gol.

Só que André Jardine, Vagner Mancini, Cuca, Fernando Diniz, Vizzoli, Hernan Crespo e Rogério Ceni não queriam essa mistura de centroavante dos anos 90 com pivô de futebol de salão. Desejaram e cobraram que Pablo fosse “outro jogador”. Atacante que caísse pelas laterais do campo, fizesse triangulações, tabelas com meias, se alternasse com jogadores de velocidade que atuam do lado do gramado. Tudo o que ele não fazia no Athletico, Figueirense, Real Madrid Castilla, Cerezo Osaka.

Mesmo assim, havia a enorme pressão de terem nas mãos o jogador mais caro da história do São Paulo. E ele teria de entrar em campo. Isso acontece em todas as equipes quando investem sem levar em consideração a maneira como o treinador vai fazer o time atuar.  

Pablo nunca se queixou publicamente por atuar de uma maneira que não era sua. Correr mais, se esforçar para agradar treinadores, imprensa e torcida só acabou por desmoralizá-lo.” 

A ideia de que Nikão foi do Athletico para o São Paulo deve ser desprezível para os racionais. Mas, não se pode ignorar que na arquibancada a maioria não anda raciocinando com fatos, mas, com coincidências. E, no São Paulo, a análise técnica quando é negativa sempre tem como base o custo benefício.

Associar Nikão, Pablo, Athletico e São Paulo não custa nada para quem perdeu o bom senso como os tricolores.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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