Na Baixada, um assustador Athletico dormiu e esqueceu de jogar
Para o empate do Athletico no jogo com o Avaí (1x1), deu-se a desculpa da exaustão física e emocional exigida para ser finalista da Libertadores. Justo argumento. Boa desculpa.
E como se justifica esse empate a dois gols com o Cuiabá? O jogo foi na Baixada, contra um time que luta contra o rebaixamento e que jogou 55 minutos com dez jogadores.
O Atlético não é o que jogou, ou que pareceu jogar, deixou claro.
No entanto, o seu jogo de ontem foi assustador. Os trinta e três minutos do primeiro tempo, terríveis. Um Furacão que há tempo não se via.
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Sem humildade, soberbo. Sem emoção, indolente. O resultado é que esses vícios passaram a ter influência direta na técnica de cada um e na ordem de jogo. Errando passes, o time de Felipão foi desorganizado.
Explica-se, então, a superioridade do Cuiabá que já havia marcado aos sete minutos com Rodriguinho, que cabeçou uma bola de escanteio.
A mesma zaga que deixou a bola passar para Pedro dar uma bicicleta pelo Flamengo, e que deixou uma bola jogada de lateral ser finalizada de cabeça por Gómez para o Palmeiras, outra vez voltou a falhar. Preocupante. Erro individual não é, pois Thiago Heleno e Pedro Henrique são bons.
Quando a torcida perdeu a paciência, o Furacão, embora desordenado, pressionou. Bastou para empatar: aos 34 minutos, com o improvável Cuello chutando de fora da área. E virar: aos 48 minutos, Terans, de pênalti. No lance, a expulsão de Paulão reduziu o “Dourado” para dez jogadores.
Ganhando e contra dez, o Athletico deveria voltar como sempre voltou nesses momentos de aperto. Sério, correndo, compacto e interessado em ganhar.
Não foi sério, porque voltou errando passes. Não correu, voltando a ser sonolento. Não foi compacto, ao ponto de fazer onze contra dez ser igual. E, por tudo isso, parecia não ter interesse no jogo. Foi tão ruim, que Pablo foi visto jogando como zagueiro.
Diante desse quadro já era absolutamente normal que o Cuiabá tivesse empatado, como ocorrera aos 18 minutos com o belo gol do exótico Deyverson. Com Marlos, a pedido da torcida, o Furacão tentou criar um fato diferente. Desconfio que Felipão o colocou para mostrar que ele não tem condições físicas para jogar. E Felipão está certo.
E, assim, o tempo passou sem que o Athletico criasse uma única jogada aguda contra o goleiro João Carlos, que saiu da fábrica do Caju.
Jogando fora pontos jogados contra times de baixo, o Athletico está criando o problema de colocar em risco a sua presença na fase de grupos da Libertadores de 2023. Seria importante ir com a vida resolvida para Guayaquil.