Martín Varini, o “técnico de Petraglia”, foi embora. Mas o estrago está feito
Depois sete partidas sem vitória, depois de concorrer diretamente para empurrar o time para próximo da zona de rebaixamento, depois de ser eliminado da Copa do Brasil pelo sofrível Vasco, depois arrasar ainda mais a terra do CT do Caju, o treinador Martín Varini, “técnico do Petraglia” (expressão de Márcio Lara), foi demitido do Athletico.
A demissão não torna menos grave o ato do presidente Mario Celso Petraglia. Ainda que por enquanto só tenha o título de posse do Athletico, deveria ter consciência de que não pode ter o monopólio do sentimento rubro-negro. Faz as coisas como se a torcida fosse uma “raça inferior”.
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Exercer o poder arbitrário, submetendo a torcida às suas decisões, é coisa de ditador. Petraglia, definitivamente, tem que se convencer de que o Athletico não lhe deve nada.
Nem obrigação, pois as suas administrações e realizações foram pagas e da forma como ele próprio ordenou. Bem por isso, já deveria ter ganho o mínimo de sensibilidade para respeitar a torcida do Athletico. No caso, apostar em Martín Varini para substituir Cuca foi arbitrário e irresponsável, pois foi um ato que tratou a torcida como “uma raça inferior”.
Embora necessária, preocupa-me que a demissão de Varini tenha sido tarde. Os erros do “técnico do Petraglia” foram tantos e foram tão intensos que irão deixar marcas. No futebol, as virtudes de quem sai podem ser aproveitadas, mas os erros demoram para serem corrigidos, pois transformam-se em vícios que precisam ser tratados. E, isso, exige tempo.