“Mario Celso Petraglia” irá concorrer com a Ligga Arena. Quem ganha?
Volto ao fato. Os conselheiros do Athletico foram convocados com a imposição de apagar uma história de 90 anos. O estádio da Baixada, que tem o nome de Joaquim Américo Guimarães desde 1934, passará a adotar como identidade o nome “Mario Celso Petraglia”.
Em 2017, quando Mario Petraglia queria alterar alguns valores centenários do Athletico, escrevi: “Os atleticanos não podem queimar ídolos e livros da história do Furacão, como Petraglia está fazendo. Precisam protegê-los e guardá-los como valores intocáveis. É preciso, porque no futuro alguém pode escrever contra Petraglia, querendo mandá-lo para a história como ladrão”.
Exigir respeito e proteger valores e sentimentos centenários, tratando-se de Athletico, é dar murro em ponta de faca. Então, a questão da mudança de nome do estádio tem que ser analisada sob o aspecto comercial.
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A Ligga Telecom adquiriu por 15 anos os direitos sobre o nome da Arena da Baixada. Pelo prazo do contrato, terá que pagar o valor de R$ 200 milhões. Na época, o Athletico anunciou que era um negócio casado para o pagamento das parcelas do valor devido à Paraná Fomento pela construção da Baixada.
O nome e o personagem de Mario Celso Petraglia, por serem associados aos negócios do Athletico, têm um forte significado comercial. Essa associação criou uma marca tão forte no mercado do futebol que, às vezes, transforma o Furacão em simples referência para negócios. Não foram poucos os momentos nesses 29 anos que Petraglia transformou-se e foi transformado maior do que o Athletico.
Em resumo, o personagem amplia milhões de vezes a importância do nome Mario Celso Petraglia em matéria comercial, acima do homem comum. Quando o letreiro de luz de neon for aceso e aparecer imponente a nova identidade da Baixada como “Estádio Mario Celso Petraglia”, haverá uma concorrência involuntária ou até uma sobreposição de marcas na consciência popular. E a consciência popular em matéria de futebol é movida a paixão.