Mario Celso Petraglia, 80 anos. A sua obra pela letra de um “inimigo”
Maldito aquele maio de 2002, quando Mario Celso perguntou-me: “você é meu amigo ou é meu inimigo?”
Sem me dar ao direito de escolher, aumentou o espírito de jornalista. Nunca mais a minha vida foi a mesma. Explica-se, aí, que depois desse dia, com raríssimas exceções, só nos encontramos em salas de audiência intermediados por magistrados e magistradas. Todos os processos terminaram por sentença, nenhum acordo.
Durante todo esse tempo e antes do último Natal, só trocamos uma mensagem. Foi quando sugeri que contratasse um parecer do jurista Marçal Justen Filho sobre o caso da Arena da Baixada. Mario Celso aceitou.
Mario Celso Petraglia, 80 anos.
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Saudo-o com a autoridade e sentimento sinceros, traduzidos pela independência pessoal e profissional que sempre orientou minha conduta, virtude rara na maioria que o cercou durante esses 30 anos no Athletico.
Uma reflexão sobre Mario Celso torna a narrativa complexa a narrativa da sua história. Afastando-me do comodismo que narrar os fatos, entendo que a sua marca não está na obra material de tijolo e cimento por mais majestosa como é a do Athletico.
A marca é a impressão duradoura que a sua obra causa em toda a sociedade, própria só dos grandes homens que agem de tal forma na vida que mudam o curso da história.
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Na contracapa da obra “Os melhores discursos de Winston Churchill”, após exaltar o homem do século XX, o notável escritor Arthur Dapieve escreve: “Churchill, também não era santo: líderes temporais não podem se dar a esse luxo”.
Aqui, veste como uma luva. A Mario Celso Petraglia entrego publicamente o meu respeito.