Athletico vence o Sport, mas fica com gosto amargo
Na Baixada, o Athletico ganhou do Sport por 2 a 0, na despedida do Brasileirão de 2020. Superior, o Furacão não precisou fazer nenhum esforço para ganhar com os gols de Nikão e Cittadini.
Afastada de conquistas, a despedida no futebol é sempre ambientada pela melancolia. Se é com uma vitória, esse ambiente ganha uma falsa amenidade.
Foi o que ocorreu com o Athletico. A vitória, que deveria ser a marca de uma bela despedida, acabou dando um gosto amargo. É que em nono lugar, com 53 pontos, perdeu por um ponto a vaga da Libertadores para o Santos.
Os apaixonados que gostam de recorrer a hipóteses para alcançar consolo, dirão que o Furacão deixou perdido pelo caminho esse ou aquele ponto que tinha obrigação de ganhar.
O futebol recusa hipóteses ou condições. Exige fatos. Não foi esse “pontinho” que provocou a sua perda, mas a aventura da proposta que Eduardo Barros repetiria Tiago Nunes.
Se hipóteses são recusadas na análise do futebol, os fatos, mesmo passados e consolidados, não. Esses servem como lição, mesmo para a intransigência baseada no orgulho de não aceitar o erro.
Quer dizer: a diferença de um ponto não se esgota no aspecto matemático, mas, da falta de sabedoria para tratar de futebol.
Insisto nesse tema porque encerrado o jogo com o Sport, o Athletico deveria começar com o mínimo de providências já adotadas. Irá iniciar a pré-temporada para a Sul-Americana, Copa do Brasil e Brasileirão sem um treinador e com o time que perdeu o “pontinho” que o excluiu da Libertadores.
Faixa do campeão Flamengo carimbada
O Flamengo voltou ao Rio de Janeiro vestindo a faixa de bicampeão do Brasil já carimbada pelo São Paulo. Perdendo por 2 a 1, no Morumbi, precisou alienar a conquista à incapacidade do Inter em vencer o sofrível Corinthians.
Com a conquista do Flamengo, o futebol provou que grandes jogadores têm a capacidade de absorver até um péssimo comando. Rodrigo Caio, Everton Ribeiro, Gabriel, Bruno Henrique e Arrascaeta conseguiram corrigir os desvios de Rogério Ceni.
Ao contrário, quando um time vive do discurso emotivo do treinador, o fracasso é certo. Por pensar com o coração, Abel Braga não conseguiu ordenar o Inter. Ninguém ganha um título na base da emoção de vestiário.