Opinião

Na Ressacada, os limites do máximo do Furacão

Por
Augusto Mafuz
04/06/2021 01:01 - Atualizado: 29/09/2023 18:39
Athletico fez um gol ao acaso e não conseguiu muito mais que isso.
Athletico fez um gol ao acaso e não conseguiu muito mais que isso. | Foto: Frederico Tadeu/Avaí

Em Florianópolis, Avaí 1x1 Athletico.

Quando não se pode exigir mais do que é possível entregar, é preciso entender o futebol como um acumulado de fatos certos e casuais.

Então, se não é possível exigir mais do que esse Furacão pode entregar, é preciso compreendê-lo. Se o torneio é eliminatório, a relevância do que o time jogou ou deixou de jogar cede à importância do resultado.

Concordo que a compreensão também tem limites e, por isso, o futebol não gosta de ser tratado só como um esporte de resultado. É que esse sendo consequência do que se jogou ou deixou de jogar, pode ser um elemento perigoso para o futuro próximo.

Pergunto: é possível exigir do Athletico mais do que ele jogou na Ressacada?

Athletico vive de casualidade

Já escrevi que esse Furacão, ao contrário dos anos anteriores, vive da casualidade. Se não perdeu esse jogo para o Avaí, foi em razão de um lance retratado em uma cena que pareceu interpretada por humoristas. O gol de Kayzer, na etapa inicial, foi consequência de um bate e rebate na pequena área, em que a última bola de rebote bateu nas costas de Kayzer e entrou.  Quando favorece ao time do coração, um fato assim perde o seu caráter divertido e mostra a sua face emotiva.

Não quero dizer que o Furacão jogou mal. Aliás, desafio qualquer torcedor que é um analista afirmar quando é que o time de António Oliveira joga ou mal ou não. Na desordem tática, todos os jogadores se tornam vítimas.

Entendo até que teve uma virtude que não vem tendo, que é a de correr mais, marcar mais e ser mais ortodoxo e menos modernista. Quando Nikão jogava pelo meio (e é onde tem que jogar) foi até um time agradável e dominador. É possível afirmar que se Jadson entrasse antes, o time teria criado situações definitivas para ganhar.

Só que esses são rápidos demais, pois logo, o adversário já busca o equilíbrio e passa a perturbar a defesa e o goleiro Santos. E foi assim que o Avaí, com Jonathan, aproveitando-se de uma falha de marcação de Richard, empatou o jogo.

Talvez seja egoísmo exigir mais do que esse time está entregando. Resta saber se é o suficiente para satisfazer o sentimento da maior torcida do Paraná. Temo que, em um dado momento,  deixar para resolver na Baixada não seja o suficiente.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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