Opinião

Justus coloca o Coritiba no campo da mentira da realidade

Roberto Justus vê Coritiba x Fluminense no Couto Pereira

Steve Jobs tinha o poder de convencer ele mesmo e o mundo de que tudo era possível. Mais tarde, explicou que para ter esse poder ingressava no “Campo da Distorção da Realidade”, que exige distorcer os conceitos da proporção e do razoável (Steve Jobs, Walter Isaacson, Companhia das Letras).

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Buscar em Steve Jobs uma explicação para a conduta de Roberto Justus e seus sócios no comando do Coritiba pode ser interpretado como uma ofensa ao maior gênio da história contemporânea. Mas, talvez, seja o único caminho que resta.

Aos fatos.

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O Coritiba está entre os cotados para serem rebaixados desde o começo do Brasileirão. Nessa época, Roberto Justus e seus sócios, mesmo que ocultos, já haviam assumido o comando. Não obstante, seja de forma oculta ou ostensiva, exteriorizam a incapacidade de tratar de futebol, que seria causa de impedimento se fosse a diretoria institucional.

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Repassar os erros desde janeiro é distração e oportunismo analítico, pois as suas consequências são fatos: a eliminação no Estadual pelo Cascavel, a exclusão da Copa do Brasil, e a rotina de estar entre os últimos no Brasileirão.

Só que agora, com as contratações de Islam Slimani, Andreas Samaris e Jesé Rodríguez, tornaram-se provocativas. A de Slimani, talvez, possa ser justificada por ter o argelino um histórico de sucesso e ser jogador em atividade. Mas, o grego Samaris tinha abandonado o futebol, e Jesé é apenas jogador nas horas vagas de compositor e cantor de rap

O mais grave é que, para justificar, Roberto Justus por seus prepostos, justifica que o motivo “é o de tornar internacional a marca do Coritiba”. Agora, os donos contrataram o psicólogo Evandro Mota para criar alternativas emocionais que salve o clube do rebaixamento. É possível que Mota encontre mais problema na cabeça dos diretores do que na dos jogadores.

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Quer dizer: o Coritiba está sendo rebaixado para a Segundona, mas Justus manda contratar ex-jogador, um rapper e um psicólogo, e quer convencer a torcida de que as ações do seu grupo têm o objetivo de tornar o clube uma “marca internacional”.

Distorcendo a realidade, engana a grande torcida coxa. Isso já não é mais distorcer a realidade. É mentir uma realidade.

Os coxas não estranhem se no contrato de Jesé tiver uma cláusula que lhe dê o direito de fazer um concerto de rap no Couto Pereira.

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