Há um campeonato estadual pior do que o Paranaense?
Dos centros mais tradicionais parece que não há nada pior. Nem mesmo dos remotos Tocantins, Acre e Rondônia, porque lá a proposta é ainda amadora.
Sob o aspecto técnico, o Paranaense é assustador. Não há um único jogo que provoque o torcedor a ficar à frente da televisão até o seu final. Deprimente, um jogo de fazenda depois da colheita é mais emocionante. É que nele joga-se pelo prazer de jogar bola antes do descanso nortuno.
E, aí, apresenta-se a arbitragem. Não há nada mais revoltante, pois os erros decorrem da má-formação.
A conduta da arbitragem em Athletico x Maringá, em prejuízo do Maringá, e de Azuris x Coritiba, em prejuízo dos coxas, é a prova do baixo nível desse setor. Explica-se, então, a razão para que a arbitragem paranaense seja ignorada a nivel nacional. E era uma bela escola, que formou Afonso Vitor de Oliveira, Braulio Zanotto e Rubens Maranho.
E se não fosse o bastante, aparece o Tribunal de Justiça Desportiva, que se imagina fosse o portador do mínimo de bom senso. Para remendar um erro, erra outra vez.
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Vejam só, o caso do Athletico. Punido (e com razão) com três jogos sem torcida pela violência do Atletiba de 2023, revisou a pena permitindo que a Baixada recebesse um público seletivo. Agora, revisando esse benefício, voltou a puni-lo sob o argumento de que houve violência fora da Baixada.
Errou duas vezes: primeiro, porque o tempo não é causa para a reversão de uma censura judicial. Se o Athletico foi considerado culpado e punido em 2023, cumpra-se a pena como ela foi posta.
Errou pela segunda vez, ao punir o clube porque alguns torcedores estranhos à torcida seletiva praticaram violência fora da Baixada. Fato duvidoso para a formação da culpa para responsabilizar um clube pelo que ocorre fora do estádio.
E, se isso ocorreu, é a prova de que os torcedores e os clubes sabem de que o TJD não deve ser levado à sério. Espera-se o beneficio para Alef Manga.
Esse estado de coisas é estabelecido a partir do regulamento, em que de doze times, oito se classificam. Essa transigência com a derrota incentiva a fraqueza de todos, tornando a competição por conveniência por exigir eventualmente a obrigação de vencer. O idealizador dessa forma lembra o principe Míchkin, do “Idiota”, de Dostoiévski.
É o que temos, dirão. Concordo, mas às vezes é preciso reagir contra o que temos.