Opinião

Uma goleada que Petraglia terá que dizer que é sua

Por
Augusto Mafuz
04/05/2022 01:13 - Atualizado: 04/10/2023 16:45
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico | Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Libertadores, La Paz: The Strongest 5x0 Athletico. Por tradição, quando se perde em La Paz, há um argumento definitivo: a influência da altitude de 3,6 mil metros. E, por mais que existam outros elementos que diminuam essa influência, a desculpa é absorvida e o perdão é dado.

O Athletico está tão doente que nem mesmo esse forte argumento ampara o seu fracasso em La Paz. Com a falta de ordem tática como regra, em razão da incapacidade de seu treinador Fábio Carille (demitido nesta quarta-feira), a exceção de Vitinho e Canobbio, está tornando seus jogadores indiferentes com a obrigação de buscar a mínima superação para enfrentar as suas limitações.

Então, jogando asfixiado por si próprio em La Paz, deixou a ciência envergonhada: a altitude de 3,6 mil metros passou a ser um detalhe irrelevante diante dessa pobreza de matéria técnica, tática, de espirito e de comando. Em tudo e por tudo, estão as digitais de Mario Celso Petraglia, insensível para ganhar a consciência definitiva de que não tem capacidade para dirigir o futebol.

Pode ser que o Furacão ganhe dos fracos Libertad e Caracas, na Baixada, e siga em frente na Libertadores. Irá apenas mascarar esse estado doentio cujos sintomas foram acusados nessa goleada sofrida em La Paz.

E mais grave: se a goleada era improvável, a derrota foi remetida para o campo da probabilidade. É que Carille manteve o time com três zagueiros, agora, sem Pedro Henrique. Com Halter, Matheus Felipe e Nico Hernández, estranhos um ao outro, transformaram Erick e Abner reféns dos lances em velocidade dos bolivianos.

Os zagueiros e os alas, juntando-se a Hugo Moura, Bryan García e Cirino, transformaram o Furacão em um bando. Só Vitinho e Canobbio conseguiam se desgarrar e criar alguma coisa, embora, nada relevante.

Não obstante, o Strongest, por ser um time secundário, só foi marcar aos 31 minutos da etapa inicial: Triverio, de cabeça. O Athletico não provocou nenhuma esperança de reação. Estava tão desordenado taticamente, e seus jogadores tão confusos, que melhorar seria o impossível para Carille.

Carille se superou, conseguiu piorar o que já havia feito de ruim. Sem organizar o time, mandou avançar. Mesmo com Terans, mas, com Vitor Bueno e Matheus Fernandes, foi aterrorizador. Com o mesmo roteiro de bolas cruzadas, o Strongest foi marcando de cabeça: aos 5 minutos, com Triverio (2x0), aos 24 minutos com Prost (3x0), aos 45 minutos com Cascini e aos 48 minutos com Saucedo, esse de falta.

Para não vencer Caracas e Libertad, na Baixada, terá que ser pior do que foi. Menos mal que isso parece ser impossível.

Essa é uma goleada que Petraglia tem que dizer que é sua.

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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

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