O legado de Gil Rocha: Uma “Quadrilha” de amor correspondido
O jornalista Gil Rocha morreu. Ao contrário da “Quadrilha” de Drummond, em que o amor entre João, Tereza, Raimundo, Maria, Joaquim e Lili era perene e simulado, na “Quadrilha” de Gil Rocha o amor era puro e sincero porque Gil amava Ana, que ama Lucas, que ama Pedro que ama João. A sua “Quadrilha” é unida por paixões correspondidas.
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Eis a grande virtude de Gil Rocha como jornalista: contra todos os princípios do jornalismo, foi discreto. A partir da humildade sempre teve o respeito da fonte, e a partir dessa virtude, sempre tinha um fato por inteiro. Como âncora ou como repórter, o seu tom conciliador não evitava a polêmica tão necessária nos debates sobre o futebol. Tinha uma asa pelo Londrina, outra pelos coxas, mas chorava com os filhos com a vida que o Paraná está passando.
Agora, de repente, por não ter feito um acordo de coexistência com o tempo, o querido Gil, com os seus simples 63 anos, foi embora. Mas, talvez, se o repente não fosse improvável, Fernando Pessoa teria razão para a morte de Gil: "O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela".
Minha tristeza e minha solidariedade a Ana, Lucas, Pedro e João, “os evangelistas”.