Futuro de Diniz e do futebol brasileiro em jogo na final da Libertadores
Se Fernando Diniz, treinador do Fluminense e do Brasil, fosse atrelado às ideias e métodos conservadores, uma eventual perda da Libertadores para o Boca Juniors, repercutiria apenas no ambiente tricolor.
Ocorre que Fernando Diniz não é conservador. Desde Telê, não surgiu nenhum técnico que tenha provocado diferenças táticas no futebol brasileiro, implantando idéias e métodos táticos fora do comum.
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Para Diniz, os sistemas clássicos 4-3-3; 4-4-2; 3-5-2; 3-4-3; 4-5-1; 5-3-2; 4-1-4-1 e 4-2-4 são apenas números usados pelos oradores táticos. A sua proposta não estabelece papéis específicos e posicionais aos jogadores, dando-lhes liberdade para trocar e variar de posições. Só exige uma coisa, que é o controle da zona onde está a bola.
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Resistindo à cultura ultra conversadora criada por Felipão, que tem como princípio a vitória à qualquer custo, boa parte do Brasil continua duvidando e torcendo contra Diniz. Não sabe o que perde.
A nova geração de torcedores deveria torcer por Diniz. Terá a alegria que o futebol proporcionou à minha geração até aquele dia do Sarriá, em Barcelona, quando o Brasil de Telê Santana perdeu jogando o mais belo futebol do mundo.
Isso quer dizer que nessa decisão entre Fluminense x Boca Juniors, mais do que um título continental, o futebol brasileiro decide o rumo que vai tomar: prevalecem as ideias e métodos atemporais de Diniz com uma vitória do Fluminense, ou vamos continuar com a ordem envelhecida, que cansa os olhos e o espírito, e que vem sendo derrotada em mundiais de seleções e clubes.