Em Itaquera, o Furacão perde. A torcida é a salvação
O treinador Alberto Valentim assumiu o Athletico na vitória (2x1) sobre o Atlético-GO, em Goiânia. De lá até esse jogo contra o Corinthians, 45 pontos, o Furacão ganhou 12.
Isso quer dizer que a derrota (1x0) em Itaquera já estava embutida no pacote, embora tenha sido influenciada pelo erro da arbitragem que marcou um pênalti inexistente de Marcinho.
Escrever sobre o jogo em si é enganar o leitor. O atleticano, em especial. O Furacão continua sendo um time de um único roteiro que os adversários já decoraram: atrás, com cinco zagueiros, pois os laterais Marcinho e Abner são proibidos de avançar, um meio que só combate e não cria, fica dependente no ataque de uma ou outra jogada de Nikão.
Só que contra o São Paulo e contra o Corinthians, Nikão parece estar dando por cumprida a sua missão. Mais grave é quando se exige alguma intervenção de Valentim, a coisa fica pior.
Deixando-se dominar pelo Corinthians para fazer o contra-ataque, até que esse jogo do Furacão estava dando para o gasto em Itaquera. Apesar do recuo, só foi constrangido com o perigo na bola chutada por Jô que venceu Santos e bateu na trave. De resto, na etapa inicial foi um jogo equilibrado.
Só que com Valentim no comando, despreza-se um antigo principio do futebol: é possível jogar se defendendo e marcando por algum tempo. Mas não todo o tempo. Há um momento que é preciso jogar com a bola, trocar passes, variar jogadas. Se não chega ao gol, pelos menos neutraliza o adversário.
E jogar foi o que o Athletico não jogou. Daí, na etapa final, com Willian na direita, o Corinthians jogou tudo em cima do pouco lúcido Abner e Nico Hernández. E foi pressionando, às vezes, pela esquerda por onde Renato Augusto cruzou jogando a bola no braço de Marcinho, que estava apoiando a sua queda. O pênalti inexistente foi convertido por Fábio Santos aos 33’ da etapa final.
O Athletico teve tempo para tentar o empate.
Mas quando se busca o mínimo de equilíbrio um time sob o comando de Valentim continua às cegas.
Ainda, não sou daqueles que se perturba com a ameaça do rebaixamento. O risco é muito mais emocional em razão dos números. Isso, pouco pelo Furacão, mas muito pelo Juventude, Athletico-GO e Bahia.
No entanto, a torcida que fique de olho: não dá para confiar em Valentim. É melhor ela ir em peso contra o Cuiabá e o Palmeiras, na Baixada, e coração, tomar o comando.