Não se faz mais coxa como antigamente; Mauad foi embora
Será difícil para a atual geração de torcedores do Coritiba, um dia, compreender uma frase que escrevo em linguagem figurada: não se faz mais coxas como antigamente.
Só poderá compreendê-la quando for escrita a história definitiva dos grandes homens que construíram o grande Coritiba. Em um certo momento, a narrativa irá cravar um nome que a eternidade há tempo alcançou: Edison Mauad.
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Impossível de medir a quantidade de energia que gastou pelo Coritiba. A sua entrega ao clube foi a materialização do sentimento de ideal.
Com os irmãos Cicero, Ulisses e Celso, participou da construção de parte do Couto Pereira. O amor coxa durante a obra sempre foi maior que o custo de tijolo e areia.
Como presidente ou diretor, foi a rara espécie de dirigente que conhecia o futebol como jogo, como arte e como ciência. Conhecendo futebol e com o seu espírito indômito, era capaz de discutir tática com o técnico, apontar virtudes e erros de jogadores e formar um grande time.
Ao lado de dupla, Mauad fez história no Coritiba
Em 1995, enquanto, no andar de cima, Sérgio Prosdócimo e Joel Malucelli saneavam o Coritiba, Edison, no andar de baixo, o vestiário, formava e comandava o time que devolveu o clube ao Brasileirão. Foi um guia para a geração de Alex e Pachequinho.
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Edison, de coração imenso, era caro para os amigos. Certa vez, me telefonou para dizer que eu não seria convidado para o casamento de Daiane e Alex. “Para mim, é mais fácil descartar um atleticano”, justificou ele.
Podendo esperar um pouco mais, seu coração resolveu vadiar. Mas deixou uma história para os coxas saberem da sua grandeza. Aos filhos e aos netos, os meus sentimentos.