Uma pergunta: e se o arrependido Cuca voltasse para o Athletico?
No meu livro de cabeceira, “Confissões”, Santo Agostinho ensina que o arrependimento e o perdão são indissociáveis.
Vieram me contar que o treinador Cuca está arrependido de abandonar o Athletico como abandonou. Um dia desses ficou tão sensível ao arrependimento e foi às lágrimas. A dor é tão grande que recusou uma proposta do Fluminense que jamais havia recebido no futebol brasileiro.
O presidente Mario Celso Petraglia, que na vida sempre procurou a prevalência a qualquer custo, já traiu, arrependeu-se e pediu perdão. A geração de Petraglia, que é a minha, está em uma fase da vida de provocar alguns sentimentos que andaram adormecidos.
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Os motivos da saída de Cuca não foram bem explicados. Pela minha experidência de vida e de Athletico, afirmo que os dois erraram e na mesma proporção.
O treinador escolheu o momento errado para praticar um ato passional: no vestiário, sob o impacto de mais um gol e de mais uma vitória subtraída no último minuto, com os jogadores culpando a si próprios.
O Furacão errou por ter desprotegido o treinador nessa matilha que é o CT do Caju, que no máximo os lobos disfarçam vestindo pele de cordeiro.
Athletico, Petraglia, Cuca e a "panela" de Thiago Heleno
Nesse, com o impedimento pessoal de Mario Celso Petraglia, qualquer comando sério é esvaziado pelos interesses de cada um e entre eles, o do Athletico, tornaram-se secundários. Há exceções é claro.
Entre os jogadores, o fogo que ferve a “panela” de Tiago Heleno ninguém tem o poder de apagar. Ele fecha e abre o Caju. Coincidência ou não, o “capitão” anda aborrecido com o clube que lhe não antecipa a renovação do seu contrato, que termina em dezembro.
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E se Petraglia estivesse presente na reunião que decidiu a saída de Cuca, o final seria outro. Cuca permaneceria.
Bem resumido, Athletico e Cuca erraram. Erros equivalentes, por Cuca praticar atos fora de tempo e de lugar, e o Athletico por falta de comando. Nenhum que impeça o arrependimento e o perdão.
E não há treinador no mercado que atenda os interesses do Athletico. Fernando Diniz seria um risco presente e futuro porque deixou de ser um técnico de aposta que custa 30 moedas. Com um passado desgastado no Furacão, qualquer deslize de campanha irá se tornar um problema caríssimo.
Perguntarão: e a relação entre Cuca e os jogadores? Respondo, perguntando: algum deles irá descumprir uma decisão especial de Petraglia?