Opinião

Doutora Leide foi a pediatra de uma criança chamada Athletico

Doutora Leide.

Na saída daquela Baixada dos tijolinhos à vista e dos pinheiros, chorava por mais uma derrota do Athletico. Não me lembro a vez porque foram muitas vezes, e não me lembro qual foi o jogo, porque foram muitos jogos. Só lembro que foi nos setenta, época em que o Athletico, não podendo ganhar, armazenava o amor, o idealismo e a ilusão para um dia ser o maior como conseguiu.

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Chorando e próximo ao distintivo CAP na entrada da Baixada, segurando meu gravador “Gelato”, eu parecia sem rumo. Então, aconteceu: duas mãos me afagaram, dois braços me puxaram ao peito e ouvi uma voz: “Chore menino. Desabafe. Vai chegar o dia em que nós atleticanos não precisaremos mais chorar”.

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Os braços que me abraçaram e a voz que comandava os pensamentos de uma alma divina, eram da médica Leide Parolin Marinoni.

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Nascida por encomenda de Deus, só praticou o bem. Pediatra, passou a vida salvando crianças ou consolando mães. Mas por um tempo, nenhuma criança foi mais afagada, mimada e cuidada como aquela que ajudou com leite do próprio peito, crescer e educar: o Clube Athletico Paranaense.

Só agora soube que aos 92 anos de idade, a doutora Leide morreu e foi embora. Fiquei triste por não ter ido abraça-lá. Queria fazer uma oração e dizer que não choro mais.

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