Derrota do Athletico não foi surpresa, tamanha indolência do time
Lá atrás, na zona de rebaixamento, um desprezível Bahia, não ganhava havia dois meses. Mal sabia que na Fonte Nova, em Salvador, o Athletico iria se oferecer tal como a “Geni” de Chico Buarque se ofereceu ao carrasco. Então, Bahia 1 x 0, gol de Tiago, na etapa final.
A derrota do Athletico não pode ser colocada na conta das surpresas. Ao contrário, surpresa seria ter vencido, tamanha a indolência que é a nova característica do time.
Uma coisa é ser limitado tecnicamente. Essa tem que ser ponderada e até perdoada, porque recepciona a natureza do jogador. Se ele é fraco, e o time o tem, não há nada o que fazer.
A outra, é não ter qualidade e não buscar superá-la através da luta. Aí é censurável. Não se busque argumento nos supostos sete desfalques. Dos ausentes, apenas Nikão e Léo Citadini são indiscutíveis no momento. Lucho não vem jogando. De resto, são todos do mesmo nível contestável.
Não sou daqueles que tratam fatos iguais como coincidências. Essa é subjetiva demais para ser levada para um jogo de futebol em que os fatos, mesmo guardando semelhança com fatos antecedentes, são objetivos e não há como contestá-lo.
Estou já convencido de que os jogadores do Furacão chegaram no limite depois da vitória sobre o Botafogo, no Rio. Contra o Coritiba (0x0), São Paulo(1x1) e Bahia (0x1), há um fato comum: a absoluta indisposição de buscar a superação das deficiências. A exceção de poucos, talvez, Santos, Tiago Heleno, Pedro Henrique, Kaizer e Nikão (quando joga), o time parece ter ganho a consciência de que não pode ir além do que já conseguiu.
De repente, os indolentes é que estão certos. Não dá mais, mesmo.
E a impressão é que não é só o time, mas os dirigentes e boa parte da torcida já estão conformados com o fato de o Furacão estar naquela que é a expressão do comentarista Fernando Gomes, “amorcegando” a sua vida no Brasileirão.
Se não bastasse a situação cômoda em relação ao risco anterior de rebaixamento, os atleticanos se consolam com o rebaixamento iminente do Coritiba.
Lembrei de que quando assumiu o Athletico, Mário Celso Petraglia afirmou que um dos problemas graves dos atleticanos, era o de se preocupar com o Coritiba. O tempo lhe deu razão.
A impressão agora, é a que os atleticanos mais se preocupam em saber o dia que os coxas serão rebaixados, do que com o futuro do Furacão, porque 2021 já começou com Walter, Zé Ivaldo, Jadson, Reinaldo, Alvarado, Bruno Leite e Bissoli.