A crise política no Athletico e o afastamento de Mario Celso Petraglia
Há movimentos de alguns sócios, torcedores e conselheiros para afastarem Mario Celso Petraglia, da presidência do Athletico. Motivo: a sua enfermidade não estaria permitindo o exercício pleno da presidência, que resultou no rebaixamento para a Segundona.
Não são poucos os atleticanos que querem que eu afirme minha opinião. Embora nunca aceite ser pautado, irei fazê-lo. Minhas diferenças com Mario Celso Petraglia, não são pessoais, são muito mais importantes: o Clube Athletico Paranaense e a preservação da minha independência.
Por ser leal aos meus valores, contestei atos, denunciei fatos, defendi atleticanos por ele ofendidos, injustiçados e processados.
Não adoto a linha genérica no meu jornalismo. Especifico, cito fatos, aponto nomes e afirmo minha opinião. O custo dessas minhas posições foram 20 anos submetido ao risco de condenações civil e criminal. Nunca recuei, sempre recusei transação.
Dito isso, vou direto ao ponto: sou contra qualquer movimento que tenha como objetivo o afastamento de Mario Celso Petraglia, da presidência do Athletico, em razão da sua saúde.
O motivo declarado que seria a sua enfermidade é no mínimo incoerente. Mantida, tornar-se-á covarde. Mario Celso Petraglia está doente desde 2019. Nas eleições de 2023, quando apresentou-se para a reeleição, nenhum sócio ou torcedor contestou o seu estado de saúde.
E mais: a oposição que chegou a ameaçar a sua ditadura com 48% de aprovação, foi dissolvida porque Henrique Gaede, seu representante, aceitou um cargo inútil na diretoria e dez vagas no Conselho Deliberativo. Todos os princípios e as razões oposicionistas foram negociados por um cacho de banana.
Então, na eleição de dezembro de 2023, Petraglia, em tese, não poderia por estar doente, foi reeleito sem uma única recusa dos atleticanos. Ninguém preocupou-se em questionar se o seu estado de saúde iria permitir o exercício pleno da presidência em 2024, ano do Centenário.
O Athletico foi eliminado da Copa do Brasil e ninguém apontou que o problema era a saúde de Petraglia. O Athletico foi eliminado da Sul Americana e ninguém alertou para a queda física de Petraglia que impedia a sua presença no clube. E foi perdendo e, mesmo com o rebaixamento anunciado, ninguém interviu formalmente.
Agora, querem afastá-lo para "cuidar da sua saúde".
Só existe uma pessoa que pode decidir se a saúde do Presidente é motivo para o seu afastamento: Mario Celso Petraglia. A ninguém é dado ao direito só porque as suas vozes interiores decidem, impor uma solução invadindo a vontade e impondo a consciência de um outro.
Mario Celso Petraglia foi eleito legitimamente e não há causa inequívoca para o seu afastamento. Não se deve fazer com ele o que ele sempre quis fazer com outros.
Os atleticanos fizeram as suas escolhas. E, agora, devem conviver com elas.
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