Opinião

A crise do Athletico é mais grave do que as derrotas

Mastriani.

De volta ao Brasil, sou provocado pela lembrança de uma carta que Vinícius de Moraes escreveu ao seu amigo Antônio Carlos Jobim. Depois de duas décadas do exercício da diplomacia, esperando em Havre o navio para voltar, Vinícius escreveu: “Tom querido. Deixei Paris para trás com saudade de um ano de amor, e pela frente tenho o Brasil, que é uma paixão permanente em minha vida de constante exilado”.

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Na volta, encontro o Athletico em crise. Em razão das suas três derrotas em sequência, vem recebendo o tratamento de crise técnica.  Mas qual a origem dessa crise técnica?

A questão vai bem além do campo e do vestiário. Os antigos dirigentes Mario Celso Petraglia e Marcio Lara, que têm o poder de decisão, tratando-se de futebol, carregam ideias envelhecidas.

Os critérios superados para formar, manter e reforçar o time, é que levaram o Athletico a comprometer milhões de dólares para ter Gamarra, Di Yorio, Benítez e Mastriani.

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Mais grave: equívocos que irão obrigar o clube a gastar outros milhões durante o período de contratações, para não antecipar o fracasso do ano do Centenário.

+ Confira tabela completa do Athletico no Brasileirão

Athletico possui crise antiga nos negócios

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Mas se fossem equívocos ocasionais, estaria na conta do risco dos negócios no futebol. Ocorre que o problema não é recente, já é antigo. Dos estrangeiros contratados, somente Canobbio recuperou e manteve o valor.

Na renovação que a Argentina está executando para substituir a geração de Messi,  Zapelli e Esquivel estão sendo ignorados. O lateral Esquivel irá jogar as Olimpiadas, mas alguns da sua geração estão convocados para a Copa América.

No Paraguai, que tem jogadores na conta do chá para formar uma seleção, não se ouve falar de Gamarra e Benítez. 

O critério que só pensa em negócios e não tem o elemento esportivo que é o que dá competividade ao time, transforma a contratação de um jogador em um jogo de alto risco. 

Conclusão: essa crise técnica do Athletico já estava anunciada há muito tempo. E não será uma vitória sobre o Criciúma, na quinta-feira, que irá mudar o seu rumo.

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