Coritiba e quando se dorme com o inimigo
Os neurocientistas dizem que a paixão é cega. Essa conclusão não serve para explicar a conduta de intolerância dos torcedores que se organizam nas arquibancadas do Couto Pereira. Se há paixão é para justificar os atos intoleráveis de violência que ocorreram depois da derrota para o Atlético-MG.
A mesma torcida que foi a responsável pela decadência técnica e moral do clube: a invasão de 2009. Depois dela, o Coritiba nunca mais foi o mesmo.
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O mais grave é que essa capacidade destruidora foi no passado e continua sendo incentivada pelos dirigentes. É que sempre diante da invasão do Centro de Treinamentos, trata-os a pão-de-ló. Tornando-se submissos, provocam nesses torcedores o sentimento de poder e de que a solução está na violência. O mais grave é que os donos do clube entram com o mesmo espírito de submissão a esse tribalismo.
Para não ser rebaixado, o Coritiba terá que derrotar a falta de qualidade do time e as virtudes adversárias. Parecendo inconsciente, não sabe que dorme com o principal inimigo para evitar a queda para a Segunda Divisão.