A metáfora salva o Coritiba do rebaixamento
A metáfora, que é a transferência cotidiana para o desconhecido (comparação implícita), perdeu um pouco da sua essência. Como figura de linguagem, o seu uso abusivo pelo atual discurso político, tornou-a vulgar. No entanto, no futebol é inevitável. O futebol em si é uma metáfora sobre as relações do ser humano e a sociedade.
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Vejam só o caso do Coritiba. Não há metáfora que não tenha sido usada para explicar a sua vida nesse Brasileirão. Tratado como doente terminal, seus objetivos eram limitados a sair da zona de rebaixamento. Mais pelos fracassos do Cuiabá e do Avaí do que por suas virtudes fora do Couto, conseguiu sair da UTI. Agora dela quer ficar longe. Não quer que se repita em Cuiabá o que ocorreu em Chapecó quando lá, em 2017, foi rebaixado.
Saído da UTI, ainda não está no quarto porque o futebol exige reservas. Quando se disputa para não ser rebaixado não há a exploração de virtudes técnicas, mas redução dos limites individuais. E aí, surge a diferença fundamental que beneficia o Coritiba: enquanto seu treinador Guto Ferreira é um “bombeiro”, que só em um olhar descobre os focos do incêndio, António Oliveira, do Cuiabá, e Lucho González, do Ceará, são primários.
O sentimento é o de que o Coritiba voltou para a enfermaria.