E se o Coritiba ganhar o Atletiba?
Em 1968, quando comecei minha vida de Atletiba, era um tempo de inocência. Acreditando no canto da sereia, sem resistência era atraído pela previsão romântica baseada em episódios casuais. Segundo os românticos, a explosão de sentimentos afastava a solução do jogo do campo da lógica e a projetava para o campo do improvável.
Volto ao meu passado de Atletiba, e não tenho lembrança de que um único clássico tenha sido resolvido pelo acaso. Em regra geral, ganhou aquele que sempre carregava mais virtudes técnicas, mais organização de jogo e, o que faltasse era alcançado pela superação.
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Às vezes, o meu convencimento é de que na minha história do grande clássico, o Coritiba sempre tratou o Atletiba com mais seriedade até o final dos anos oitenta. Depois é uma outra história.
Passados 54 anos do meu primeiro Atletiba, estou convencido de um fato: se um fato excepcional intervém no resultado não tem a natureza de improvável, mas a de um elemento técnico ou tático que ocorre durante o jogo. No futebol, como na vida, nada ocorre por acaso. Sempre há um fato que explique.
Baixada, dia 16 de outubro, Atletiba: o Athletico é o favorito. Não há que se tomar como referência para essa projeção o péssimo futebol jogado desde o empate com o Palmeiras que o classificou para a final da Libertadores.
Não há como considerar a hipótese de que o treinador Felipão não tenha descoberto a causa e dado a solução para a queda do time. Com um time de reservas contra Bragantino e Palmeiras, é a última oportunidade do Furacão dar a referência definitiva de como estará em Guayaquil contra o Flamengo na final da Libertadores.
E se o Coritiba ganhar o Atletiba? Esse é o jogo a ser jogado que dará explicações.