Opinião

Coritiba e o risco do “era uma vez…” na eleição mais importante para presidente

Por
Augusto Mafuz
30/11/2020 10:00 - Atualizado: 29/09/2023 23:08
Samir Namur tenta a reeleição no Coritiba
Samir Namur tenta a reeleição no Coritiba | Foto: Albari Rosa/Foto Digital/UmDois Esportes/Gazeta do Povo

Nos próximos dias, os torcedores do Coritiba irão eleger o seu presidente. Já se vão mais de cem anos, e não houve uma eleição que fosse tão importante como essa. É que antes se elegia ou reelegia um presidente para continuar a vida de glórias, ou recuperar uma hegemonia de campo. Agora, o diagnóstico é grave, amenizá-lo com qualquer argumento, é incentivar o uso de seu potencial destrutivo.

Em estado de insolvência financeira, em razão da indulgência administrativa, a sua cotação para ser rebaixado aumenta a cada jogo. Bem por isso, o Coritiba deve escolher alguém que o salve da morte, daí a relevância dessa eleição.

Quando ignoramos soluções imediatas para resolver uma questão, é bom consultar o saber dos outros, mesmo que sejam rivais, adquirido no pretérito. É quando a prudência, virtude tão desprezada nos últimos tempos, adquire força vital.

Entre as virtudes de Mario Celso Petraglia, no comando do Athletico, está a sua intransigência aos limites que sempre impôs aos direitos das torcidas organizadas. Pode-se tratar essa ação como uma redução de liberdade, de expressão ou do exercício do poder arbitrário. O que não se pode afirmar é que isso não trouxe benefício para o Furacão. Na Baixada, nunca ocorreu o risco de se eleger um integrante de torcida organizada para presidente.

Não se trata de olhar para as organizadas com desprezo, nem as tratar só como grupos com desajustes sociais e morais, embora, em regra, seja a sua base de composição.

É que a experiência da vida, e no futebol, em especial, se limita a arquibancada. Nessa, formam-se passionais inconsequentes, que não tem a mínima noção do que é administrar um clube de futebol. Mais grave: adquire um poder invulnerável, pois, seus parceiros de arquibancada se amotinam, monopolizando as decisões do clube como associados e conselheiros.

A reeleição de Samir Namur, um integrante licenciado de torcida organizada, será a justificativa para o Coritiba, ter a narração da sua história iniciativa pela fantasia do “era uma vez...”

Veja também:
Ronaldo confirma vontade de ser presidente da CBF; jornal revela quem seria o técnico da seleção
Ronaldo confirma vontade de ser presidente da CBF; jornal revela quem seria o técnico da seleção
Galvão assina com nova emissora e vai narrar Brasileirão em 2025
Galvão assina com nova emissora e vai narrar Brasileirão em 2025
Chacotas, silêncio e desculpas: a despedida melancólica do Coritiba de 2024
Chacotas, silêncio e desculpas: a despedida melancólica do Coritiba de 2024
Diante de pior público do ano, Coritiba encerra Série B com derrota vergonhosa para o Botafogo-SP
Diante de pior público do ano, Coritiba encerra Série B com derrota vergonhosa para o Botafogo-SP

Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...

twitter
+ Notícias sobre Augusto Mafuz
Nem Cabral, nem Taquito, nem Ziquita. É Cuello, o salvador do Athletico
Augusto Mafuz

Nem Cabral, nem Taquito, nem Ziquita. É Cuello, o salvador do Athletico

Na Baixada, outra vez, a torcida e Cuello salvam o Athletico
Augusto Mafuz

Na Baixada, outra vez, a torcida e Cuello salvam o Athletico

Athletico: por que Lucas Belezi estava escondido?
Augusto Mafuz

Athletico: por que Lucas Belezi estava escondido?

Coritiba e o risco do “era uma vez…” na eleição m...