Chloris, Dotti, Marçal, Alex Mineiro e eu
Penso que Deus, às vezes, decide prolongar a vida de pessoas que lhe são caras para permiti-la a continuar pregando as suas virtudes. O mais recente exemplo desse ato divino é o da poetisa Chloris Casagrande Justen, que viveu 101 anos.
Viúva do desembargador Marçal Justen, formou o filho Marçal e as filhas Liana e Chloris Elaine em uma base sólida de valores e princípios. E no almoço de toda sexta-feira, dava uma aula de vida aos netos Marçal, Augusta, Lucas, Fernão, Márcio, Sérgio, Cid, Ivan e Gil.
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Quem estuda a obra de dona Chloris, encontra no poema Helena Kolody: Presença Infinita, as virtudes que a fizeram um ser humano especial: humildade, transigência, amor, renúncia e a incrível capacidade de mostrar o verdadeiro significado de saudade.
Declame aí, Poetisa:
“Como posso falar de sua partida?
Continuo vendo o brilho azul
Do seu olhar profundo.
Continuo buscando sua voz,
No ritmo de sua poesia
Humana e bela.
Seu porte altivo e sereno
É tela renascentista
Nas minhas doces lembranças.
Quero viver o passado,
Encontrar a mestra, a deusa
Atena falando às andorinhas”
Mas, o que a imortal Poetisa tem a ver com Alex Mineiro, o herói da maior conquista do Athletico, o Brasileiro de 2001, clube de seus filhos e netos? Tem tudo a ver, vejam só.
Saudoso do professor René Dotti, fui entregar-lhe um abraço no escritório da Marechal Deodoro. Na saída, uma senhora o aguardava. Então, meu mestre apresentou-me: “Essa é a poetisa Chloris, presidente da Academia Paranaense de Letras”. Depois de cumprimentá-la, respondi: “Dona Chloris, mãe de Marçal Justen Filho”.
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Alargando o seu sorriso, perguntou: “Conhece-me só por ser mãe do Marçal?” Respondi: “Dona Chloris, saiba que tenho dois ídolos: Marçal Justen Filho e Alex Mineiro.”
Respondeu-me: Marçal, eu conheço, mas quem é Alex Mineiro?”. E quando percebi, estava falando do ídolo de uma geração de atleticanos com uma imortal.
Na saída, o professor Dotti me falou uma verdade: “Meu caro, toda a tua conversa acaba em Athletico.”
Dona Chloris, no dia 8 de outubro de 2024, foi embora. Vivendo e ensinando os valores de vida para várias gerações, foi tão grandiosa, que mudou o sentimento pela morte. Ao invés de tristeza, deixa uma obra que só nos faz refletir sobre a importância dos valores da vida. E nos deixa felizes.
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Augusto Mafuz é um dos comentaristas esportivos mais tradicionais de Curitiba, conhecido por sua cobertura do Athletico e outros times da capital. Nascido em Guarapuava em 11 de maio de 1949, Mafuz tem sido uma figura central no j...
