Carlos Alberto Werner volta ao Paraná. É quando o amor sente saudades
Como alguns amores são inexplicáveis, Carlos Alberto Werner está de volta ao Paraná. Do próprio punho, escreveu uma carta e como na canção de Roberto Carlos chegou em frente ao portão, o cachorro sorriu latindo, colocou as malas no chão e disse: "Eu voltei, aqui é o meu lugar”.
Com Werner, o Paraná pagou a maior parte das dívidas, conseguiu o ato judicial na Justiça do Trabalho para concentrar todas as execuções e ganhou a vaga tão sonhada pela torcida para jogar o Brasileirão. E depois, por tentar impedir que o clube continuasse a ser vítima da “mão grande” que dizimou o seu patrimônio, foi excluído do clube.
Deu no que deu: sem ele, em dois anos, o Paraná foi rebaixado para a segunda, daí para a terceira, ficou sem Copa do Brasil, sem divisão nacional, restando-lhe a Segundona do Estadual.
Há dois meses, fui almoçar com o Carlos Werner, no La Varene, no Pátio Batel. O amigo quis saber como eu entenderia sobre a sua pretensão de colaborar com a volta do Paraná à Série A do Paranaense.
Respondi: no futebol não há colaborador, há fazedor. Se voltar, vai ficar; se ficar, vai ter que comandar todo o processo de recuperação do clube, incluindo a venda ou não da sociedade, da sede da Kennedy e do pagamento da Recuperação Judicial. E para isso tem que registrar a SAF e acabar com o poder de todos os conselhos do clube.
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O Paraná Clube que irá jogar a Segundona paranaense já será em forma de sociedade anônima. O registro já está sendo formalizado na CBF. O gesto de amor de Carlos Werner é tão grandioso que prova que quando não se tem mais esperanças é que as coisas boas acontecem.
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Sei dos seus planos. Antes, acertou com Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, a locação da Baixada por um jogo. A volta do Paraná ao futebol será majestosa: no dia 4 de maio, na Arena da Baixada, contra o Nacional, de Campo Mourão. Para atrair mais de 20 mil tricolores, uma campanha publicitária intensa será deflagrada a partir do próximo domingo.
Carlos Werner tinha tudo para não voltar. Mas, voltou. É a prova de que os maiores atos para se alcançar o ideal são os mais dificieis de se realizar.