Pelas mãos de Carille, Athletico perde em Assunção na Libertadores
Com o Athletico de Carille vai ser assim: uma no cravo e outra na ferradura. É capaz de ser excepcional e vencer (1x0) o poderoso Flamengo, pelo Brasileirão, e depois ser desengonçado e perder para o fraco Libertad, do Paraguai (1x0), pela Libertadores.
E nem se pode considerar que o resultado foi influenciado pelo ambiente adversário do “Defensores del Chaco”, em Assunção. Ao contrário, foi um ambiente quase neutro em que os atleticanos, ainda que em minoria, eram os que torciam, enquanto os paraguaios assistiam.
A derrota passa pela desastrosa intervenção do treinador Fábio Carille, que no intervalo trocou Terans por Marlos e Christian por Erick. Então, o Furacão, que dominou e merecia o gol na etapa inicial, apesar de Marcelo Cirino, voltou anêmico para a etapa final.
Sem Christian, perdeu a força da marcação; sem Terans, perdeu a qualidade e a velocidade no meio e no ataque. Os erros de Carille coincidiram com a organização do Libertad para avançar e pressionar o confuso time atleticano. A solução do jogo passou a ser mais do olhar do banco do que das pernas em campo.
O resultado foi o gol de Riveros, aos 11 minutos, finalizando de calcanhar uma bola cruzada, depois de uma falha coletiva da zaga atleticana.
Com Pablo no ataque e improvisando Vitor Bueno na ala direita, o Furacão definitivamente entrou no estágio da bagunça. O único que conseguia se desvincular dessa desordem era Canobbio, que aos 33 minutos foi derrubado na área. O empate que já seria improvável, tornou-se impossível quando Pablo assumiu a responsabilidade da cobrança do pênalti. Sem nenhuma condição fisica, técnica e emocional, anunciou o chute no canto direito, permitindo a defesa de Martín Silva.
Um time em desordem tática acaba cansando, fato que há tempo não acontecia com o Furacão. Cansado, o Athletico se entregou aos paraguaios. Canobbio e o goleiro Bento foram as únicas almas rubro-negras que se salvaram.
O treinador Carille precisa de tempo, é verdade. Mas isso não lhe dá o direito de praticar tantos equívocos como esses que produziram essa derrota.